INCERTA DAMARES
O calendário hormonal continua à espera do seu São Gregório.
Alguém que possa traçar outro meridiano de Greenwish e definir com precisão, quando termina a linha imaginária da adolescência.
Que o começo ninguém precisa se dar ao trabalho de procurar.
É ponto pacífico, no turbilhão ruidoso e exuberante que explode qualquer dúvida.
A criança madura, com sinais de prontidão para a função sexual.
É real.
É bíblico.
Está no primeiro livro.
“Cresceis, sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra.”
Sem datas para o pontapé inicial.
Sem prazos para o centro ser batido.
Religiões mais fundamentalistas, admitem o casamento – pelo menos para as meninas – já a partir de tenra idade.
O ocidente e a tradição judaico-cristã não aceitam o que poderia ser explicado facilmente pela biologia.
O que não se define é quando a fase adulta começa pra valer.
No fim da adolescência, por supuesto.
Os cara-pálidas, nem com ajuda da Psicologia, conseguem precisar quando acontece a alforria juvenil.
São encontrados jovens ainda não maduros, frutos de vez e dos paparicos maternais até os 25.
E mais.
Estão indo longe, os da geração nem-nem.
Depois viram cangurus, e quais carrapatos, não desgrudam dos cós maternos nem com mandinga bem feita.
Aos 18, podem tudo.
Dirigir, comprar bebidas.
Fumar.
Votar.
E para o voto, amadurecidos no carbureto, aos 16.
Preocupação dos pais, não devia ser também do Ministério da Família?
Para enfrentar o crescente números de mães precoces, a duas vezes ex-ministra uma vez citou o método contraceptivo mais eficaz, a abstinência sexual, não descartando todos os outros, mais falhos, que podiam ser empregados.
“Adolescência primeiro, gravidez depois – tudo tem o seu tempo”.
Foi um Deus acuda a pastora.
Dois anos depois, eleita senadora, Damares Alves continua sua peleja contra a mídia raivosa, somada aos que se elegem canceladores da vontade popular traduzida em votos.