Ipespe: “Saída de Moro foi maior presente para Bolsonro”diz Antônio Lavareda
A pesquisa Ipespe de abril divulgada nesta quarta-feira, 6, mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 44% das intenções de voto na corrida pelo Palácio do Planalto.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu de 26% para tem 30%.
Lula manteve a mesma intenção de votos da pesquisa anterior do Ipespe, divulgada em 25 de março. Já Bolsonaro subiu quatro pontos percentuais.
A variação ficou acima da margem de erro, de 3,2 pontos percentuais.
A pesquisa divulgada nesta quarta foi a primeira do instituto após o ex-juiz Sergio Moro anunciar a desistência, neste momento, de sua pré-candidatura à Presidência. Ele deixou o Podemos e se filiou ao União Brasil, onde enfrenta resistências.
Abaixo a opinião do analista Antônio Lavareda, sócio do Ipespe:
A SAÍDA DE MORO FOI O MAIOR PRESENTE, ATÉ O MOMENTO, À PRÉ- CAMPANHA DE BOLSONARO.
Há muito não se via nas intenções de voto do primeiro turno um movimento tão vigoroso em intervalo tão curto. …
…O Presidente cresceu 2 pontos na questão espontânea, chegando a 27%; e nada menos que 4 pontos na estimulada atingindo, pela 1a. vez desde 2019, os 30%.
Quanto aos demais, Lula continua liderando a lista com os mesmos percentuais de 15 dias – 36% de espontânea e 44% na lista.
A seguir vem Ciro Gomes, outro beneficiário visível da retirada do ex-juiz: ganha 2 pontos e se aproxima dos 2 dígitos, com 9%, além de ficar isolado voltando à 3a. posição.
Doria (3%) e Simone (2%) parecem ter herdado cada qual 1 ponto de Moro.
NO SEGUNDO TURNO BOLSONARO (33%) CRESCEU DOIS PONTOS CONTRA LULA QUE OSCILOU PARA BAIXO UM (53%). A DISTÂNCIA QUE ERA DE 25 PONTOS EM JANEIRO DIMINUIU PARA 20.
Nos demais cenários há poucas alterações.COMO É SABIDO, OS CENÁRIOS DE SEGUNDO TURNO ESTÃO ASSOCIADOS EM BOA MEDIDA ÀS RESPECTIVAS TAXAS DE REJEIÇÃO.NESSE QUESITO, BOLSONARO CONTINUA VINDO À FRENTE, EMBORA TENHA RECUPERADO DOIS PONTOS. OS QUE “NÃO VOTAM NELE DE JEITO NENHUM” ERAM 63% (E SÃO AGORA 61%).INFLUÊNCIA POSITIVA DO APOIO DE MORO A UM CANDIDATO É DE 15%. A NEGATIVA, DE 27%. Em situações assim, os candidatos costumam pesar os efeitos desse apoio e fazer muitas contas antes de buscá-lo. …