LÁGRIMAS AO VÊNETO
Há um ano, o post com lembranças alegres de uma visita de turistas ao norte da Itália, não poderia prever que a belíssima Veneza fosse algum dia, inundada por lágrimas.
E saudade.
CONTA EM VENEZA
Programa vespertino très chic. Desses que Bebeto Torres classifica como bola dentro.
Local: Piazzetta de San Marco, Venezia.
Muita gente circulando, grupos de duristas bebendo e comendo pelas calçadas e sob os arcos dos belos palácios.
Restaurantes com mesas ao ar livre, cobertas por toalhas imaculadas. Muitas vazias.
E um pianinho que logo começou a tocar bossa nova.
Um clima sonhado para um fim de tarde pra lá de romântico.
Só que o dinheiro dos viajantes era curto e fez-se necessário saber de antemão, os preços dos drinques e petiscos.
Estavam dentro do orçamento.
Encontramos logo outros brasileiros.
Não somos difíceis de achar abroad. Viajamos fardados com camisas da seleção canarinha.
Até o gerente veio confraternizar, lembrando do tempo em que morou nos trópicos, casado com uma maranhense.
Arranhava um portitaliani perfeitamente compreensível.
Tudo saiu à perfeição.
Até a chegada da via dolorosa d’il conto.
O valor somado era mais que o triplo do pesquisado.
Quem senta paga mais, foi a explicação.
A tabela afixada, vogava somente para bipedestação.
Depois do italiano gastar todo seu rico português e meu colega até ameaçar chamar os carabineiros pra resolverem a parada, o nativo desistiu.
Disse que não mais nos entendia.
Foi aí que valeram as aulas do meu amigo no Ginásio de Padre Eymard:
-Yo capisco você, por que você non me capisca?