LIÇÕES DA ÍNDIA
Um dia o verso de Quintana aparece na vida dele e no retorno de uma dessas longas viagens, sua alma acaba trocando de roupa.
O convidado de honra para a maior festa cívica do segundo país mais populoso do mundo, onde moram 18% de todos os terráqueos, tem a oportunidade de fazer diferente. Daqui pra frente.
Toda a nação, de muito bom grado, vai recordar FHC e esquecer quase tudo que foi dito antes.
E se estranharem, será lembrado que ninguém volta da Índia, a mesma pessoa que foi à Índia.
Qualquer guru, menos o da Virgínia, iria logo recomendar o recolhimento. Pelo menos das idéias ainda não bem elaboradas. Nem conclusas.
- Quando falares, cuida que tuas palavras sejam melhores que o silêncio.
Armas letais não são só as que cospem chumbo.
- As palavras cortam mais do que as espadas.
Antes de xingar algum delicado repórter e a digníssima senhora sua mãe (dele), lembre de Damares.
- Muitas vezes o silêncio é a melhor resposta.
Apenas uma questão de treinamento do auto-controle.
- Paciência é o melhor remédio para todas as doenças.
Algumas coisas devem ser guardadas com todo o cuidado. Em boca fechada. No máximo, divididas com Dona Encrenca.
- Um segredo é pouco para um, suficiente para dois e demais para três.
A autenticidade tem seus méritos e fãs mas se espera muito mais de quem tem o poder sobre os destinos de muitos.
- As virtudes dos homens são semelhantes ao voo dos pássaros. Não se prenda aos atrativos inferiores. A ave que se habitua com a paisagem rasteira, perde o gosto pela altura.
As dificuldades não desaparecerão num passe de babalorixá. Aprende-se o que fazer de um limão.
- Assim como as pedras são polidas por atrito, as provações tornam os homens brilhantes.
Nunca deixar de pensar. Nem tudo são flores
- Águas tranquilas não fazem bons marinheiros.
Lembre-se.
Onde quer que você vá, se torna, de alguma forma, um pedacinho de você.
Um capitão-presidente zen, quem haveria de imaginar?