Lula repete Bolsonaro
Começa a aparecer a verdadeira herança deixada por Bolsonaro.
Com as contas equilibradas, o monstro do déficit fiscal domado e inflação sob controle às custas de juros controlados, o presidente Lula insiste na tática de fabricar as próprias crises, como a mais nova, envolvendo o Banco Central.
Falando de Brasília para o mundo, a agência de notícias Reuters, a maior de todas, traz hoje este registro.
Autonomia do Banco Central do Brasil vira saco de pancadas político para Lula
Por Marcela Ayres e Bernardo Caram
BRASÍLIA, 8 Fev (Reuters) – A recém-conquistada independência do Banco Central do Brasil, projetada para protegê-lo da política, transformou-o em um conveniente saco de pancadas para o novo governo, que pode usá-lo para atiçar sua base esquerdista e culpá-la pelos problemas econômicos.
Desde sua posse em 1º de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou repetidamente o banco, liderado pelo respeitado economista e executivo do mercado financeiro Roberto Campos Neto, chamando suas taxas de juros excessivamente altas de “vergonhosas” e culpando-as pelo crescimento atrofiado.
Mais à sua esquerda, o líder socialista Guilherme Boulos chamou Campos Neto de agente deixado no cargo pelo antecessor de extrema-direita de Lula, Jair Bolsonaro, para “boicotar” a economia
Com a autonomia do banco estabelecida por lei no mandato de Bolsonaro em 2021, sua diretoria não é mais alterada ao mesmo tempo em que novos governos assumem, então o mandato de Campos Neto vai até o final de 2024.
Dois de seus associados próximos disseram à Reuters que Campos Neto não estava pensando em deixar o banco, apesar da pressão do governo.