11 de maio de 2024
Coronavírus

MAIS UM PEDAÇO DO TEMPO

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A persistência da memória (1931) – Salvador Dalí i Domènech – Museu de Arte Moderna, Nova Iorque


Não é de
Carlos Drummond de Andrade o elogio  ao indivíduo genial que dividiu o tempo em fatias.

Atribuído a ele, é dos mais repetidos poemas nos dias que antecedem o Ano Novo.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez.

A autoria também é creditada ao  jornalista Roberto Pompeu de Toledo.

E negada.

O gênio de Itabira não fatiou o tempo, mas deu uma receita.

Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo.                    

Eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.                        

É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.

Com crenças no milagre da  renovação e na esperança que daqui para frente tudo pode ser diferente, vamos receber em nossas redes sociais, estas e outras mensagens parecidas

Cem anos antes, o americano Walt Whitman marcava o calendário de maneira diferente.

Para ele, o tempo é o de viver intensamente.

O pai dos versos livres deu um novo sentido ao termo latino, usado  no passado mais remoto por quem não acreditava que tivesse muito mais o que viver pela frente.

Guerreiros, soldados e combatentes eram aconselhados a aproveitar o dia, viver o momento.     

Carpe Diem.

Eles podiam não se repetir.

Sua fatia do tempo é 365 vezes menor.

A receita para ser servida  nos próximos 12 meses, manda reservar alguns dias.

Tempo para um balanço do que passou e suficiente para correção da rota a ser trilhada no advir.

O que sai do forno,  são os melhores desejos que o novo período, de uma volta da espaçonave Terra em torno do sol, conduza todos ao rumo da felicidade.

Medida em horas, o suficiente para um giro do planeta azul no seu próprio eixo, o prazo exíguo não permite se deixar nada pra depois.

Aproveita o dia.
Não deixes que termine sem teres crescido um pouco.                      
          Não permitas que a vida se passe sem teres vivido

O ano que aponta na esquina, rendendo os dois mais angustiantes de todos, traz uma mensagem a ser recebida com esperança renovada.

Será que o pior já passou?

Tutto  andrà bene!


O texto publicado em 20/12/2019, sofreu poucas modificações, e está de volta às véspera do ano-bom, para lembrar  que o tempo só é flexivel, na imaginação dos artistas.

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Sonho causado pelo vôo de uma abelha em torno de uma romã um segundo antes de acordar (1944) – Salvador Dalí – Museu Thyssen-Bornemisza, Madri.

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