1 de maio de 2024
Política

MEU MILICO FAVORITO

 

Reconstrução da pintura mural medieval, Cativeiro de Jolaquim, Rei de Israel – Ernest William Tristram (1924) – Coleção de Arte do Parlamemto, Westminster, Londres

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Um cavaleiro solitário prometia a salvação de todos os perigos e metade da população acreditou nele.

Sem nunca ter estendido a mão, nem para o cumprimento protocolar aos derrotados, o Presidente Bolsonaro era a última  esperança de fazer a política nova, mas foi se rendendo às velhas práticas até se misturar com o resto da farinha, no mesmo saco.

Encantou-se com o ilusório poder que não era só dele, e acreditou nas juras de fidelidade de quem sempre gritou honras ao novo rei.

Não conseguiu congelar o passado, não fez esquecer o que disse antes, não aceitou aconselhamentos, preferindo o convívio com a horda de adoradores da escuridão.

Abatido pela mais terrível doença, com o cisma que rachou ao meio suas forças e inteligências, contando os sobreviventes, o país não teria como reabilitar-se sem um pacto de salvação nacional.

A solução possível estava escrita.

Bastava abrir o livrinho de cabeceira do Presidente Dutra.

Em caso de impedimento pela, vacância, renúncia ou incapacidade, o cargo seria ocupado no respeito à linha de sucessão.

Como se as máscaras faciais estivessem protegendo também as conjuntivas, poucos conseguiam enxergar que estava na hora de mandar para o aquecimento, um homem talhado para  aquele momento.

Uma mudança lógica, constitucional, longe das tramas e dos esgotos subterrâneos da política.

Um golpe de sorte, dádiva dos deuses ou desígnio do invasor pandêmico, teria nos levado pela trilha segura da restauração da pátria.

Meio índio, meio gaúcho, um bocado carioca, conhecedor da realidade nacional, pelos chãos que havia pisado e visão de quem de fora a entendeu,  incomparável ao que ali estava, o Vice-Presidente não agradou os  seguidores de falsos profetas.

E todos que não lembravam o que havia dito Abraham  Lincoln:

“Uma casa dividida contra si mesma não pode permanecer“.

Um incontrolável surto esquizofrênico bipolar coletivo ainda impede que a nação perceba que precisa mudar a tática do jogo político.

Na bancada gaúcha do Rio Grande do Sul, o Senador Antônio Hamilton Martins Mourão está preparado para assumir futuras missões.

 

Reconstrução de pintura mural medieval, A Continuação do Cativeiro dos Judeus (1927) – Ernest William Tristram – Coleção de Arte do Parlamemto, Westminster, Londres

2 thoughts on “MEU MILICO FAVORITO

  • Marcos Diochesi

    Bolsonaro sempre foi um rebotalho de gente e se este fosse um país em que a política fosse levada a sério, teria sido cassado ainda à época em que ensebava a cadeira de deputado. Mourão, por sua vez, é um rato que foi achado na trilha de sujeiras do ex Presidente, agora inelegível finalmente. O grupo de rapinagem que atuou para a eleição do genocida em 2018 empurrou o genaralzinho racista como vice porque achou que assim traria o Cachorro em coleira curta. Mas não foi assim. Com Bolsonaro, voltamos à pobreza extrema, ao mapa da fome, faturamos mais de 700 mil mortes na pandemia, assistimos à festa de porcos como Ricardo Barros, Moro e Dallangnol, e quase nos transformamos no Evangelistão, uma caricatura de país fundamentalista à moda das ditaduras do Oriente Médio. Que vão para o inferno, Bolsonaro e bolsonaristas!

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    • Domicio Arruda

      Aqui o Território é Livre também para revelação de preferências.
      Preso, somente à convicção que toda censura é burra.

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