3 de maio de 2024
Memória

MEUS FASCISTAS FAVORITOS

Aeroretrato de Mussolini Aviador (1930) – Alfredo Gauro Ambrosi – Coleção privada


Com a volta da esquerda às sombras do poder, n
ão basta constranger os adversários e desafetos,  chamando-os de fascistas.                                       

É preciso caçá-los à unha.   

Acorrentá-los.

Tirar suas máscaras.

Mostrar a nudez crua.

Expor suas entranhas.

Salgar o chão das suas casas.

Amaldiçoá-los até a quarta geração.

Por isso, tanto trabalho duro, pesquisas e estudos.                                       

O que não  faltou em 4 anos longe das benesses, foram seminários, simpósios, congressos, TCCs, teses sobre o assunto.                                       

Nas universidades públicas, gratuitas, de qualidade e com verbas contingenciadas,  continua a missão dada para ser cumprida.

Eu tô aqui pra me vingar dessa gente.

Espanando a poeira da memória, surgem personagens pelo longo caminho percorrido, que pareciam, poderiam ter sido, ou foram ‘fascistas’.

O padre salesiano alemão, prefeito e xerife do internato.              

Com moral pra comandar e manter em torturante silêncio, duas divisões de alunos (dos médios e dos grandes), apenas com a autoridade do olhar.                                              

E logo a seguir, aceitar o burburinho mais ensurdecedor, depois da breve oração de agradecimento pelos alimentos.                                

Deo gratias.

Quantos não formou para a  disciplina, pontualidade, retidão, caráter e vida?

O grande médico e professor inesquecível, descobridor de talentos e multiplicador de cirurgiões.

Elegante, cordial, prestativo, humanista, desapegado das coisas materiais.             

Passou um bom tempo da juventude, usando camisas verdes e saudando os companheiros com um perfilado anauê.                 

Talvez não tenha chegado a tanto.                                         

Que diferença faz a aparência?

Eleito,  Bolsonaro foi logo rotulado, com o beneplácito da mídia raivosa, mesmo tendo proposto e acatado medidas liberais na economia e nos costumes, mas  condenado por verborragia e detalhes tão simplórios, como o modo de repartir a cabeleira.                                 

Não foi suficiente, ao assumir o cargo,  demonstrar que não era intransigente.
Que revia conceitos.
Que corrigia a rota.

Menos tigrão, mais tchutchuca.

E em quatro anos, nada ter feito que tocasse afrodescendentes, futuros povos originários, homoafetivos e quetais.          

Na pandemia, por não concordar com o lockdown ganhou outra alcunha, genocida.

(Já dá pra afirmar que ainda não foi provada qualquer eficácia do confinamento, ou ainda é perigoso discordar dos âncoras e  neocientistas  que dispensam provas científicas?)

Que os caçadores de fascistas continuem desenvolvendo o tema.

Que pesquisem e intensifiquem as buscas.

Talvez achem outros.                                   

Quem sabe, algum de verdade.

Alguém que agradeça aos africanos, dizendo ter profunda gratidão, pelo que fizeram pelo Brasil em 350 anos de escravidão.

Primeira travessia transatlântica sobre o Rio de Janeiro (1933) – Alfredo Gauro Ambrosi – Coleção privada

Notas do Redator:

1.
O ‘movimento futurista’ queria  apagar a arte do passado e tinha como base o patriotismo.      

O futurismo com sua ideologia agressiva apoiava a guerra e o fascismo da Itália.

2.

Este texto,  publicado em 15/07/2019, sofreu atualizações temporais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *