Mobilização de prefeitos para virada de Bolsonaro é estratégia no RN e em todo Nordeste

Do Painel na Folha 

Bolsonaristas contam no Nordeste com o reforço de novos apoios de prefeitos, para, assim como em 2018, ampliar a votação no segundo turno.

Quando se elegeu ao Executivo pela primeira vez, Jair Bolsonaro (PL) obteve 1.371.248 votos a mais no segundo turno, um crescimento de 18%.

A cifra ainda fica longe dos pouco mais de 6 milhões de eleitores que o presidente precisa para passar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT).

O ex-ministro da Cidadania João Roma (PL-BA) conta que, na Bahia, já há um número razoável de prefeitos que não apoiaram o chefe do Executivo no primeiro turno, mas que, agora, já declararam endosso à reeleição.

Ele cita os de Brumado, Eduardo Vasconcelos (PSB), de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União) e de Barreiras, Zito Barbosa (União).

Mas seus aliados lembram que esse resultado foi alcançado em um momento em que Bolsonaro não era presidente.

Portanto, não comandava e máquina e não tinha a seu lado partidos com capilaridade como o PL e o PP que, hoje, trabalham por sua reeleição.

TL COMENTA 

A mesma estratégia foi vista ontem pela militância do presidente Jair Bolsonaro (PL) liderada pelo senador eleito Rogério Marinho (PL) no Hotel Holliday Inn em Natal. 

Uma centena de prefeitos que já apoiaram Marinho no primeiro turno mais a bancada de deputados federais e estaduais eleita.

Destaque para os companheiros de partido campeão de voto da Assembleia,  Lagartixa e o sargento Gonçalves, conhecido como Lagartão. 

De novo mesmo a presença no palanque, o discurso entusiasmado do presidente do União Brasil, o ex-senador José Agripino, que pediu o empenho de cada prefeito “para virar esse jogo” no Rio Grande do Norte.

Agripino chegou a defender o trabalho do Governo Bolsonaro durante a pandemia e “tantos meios”, que presidente deu aos prefeitos e “nem teve a preocupação de divulgar que foi ele que fez”.

Um “mundo de coisas quem me deu foi Bolsonaro” seria o argumento maior para o prefeito que deveria pedir ao seu eleitor para comparar “quem me deu mais; a Governadora ou o presidente?” .

E concluiu que a força da virada nessa eleição está com os prefeitos que têm que convencer,  “falando a verdade”.. 

RESULTADO DAS URNAS E CAPACIDADE DE “VIRADA”

Para a virada prevista pelo ex-senador José Agripino Maia (União), o conjunto de prefeitos do Rio Grande do Norte terá que reverter mais de 30% nos próximos 18 dias.  São mais de 641 mil votos, ou seja, mais dos 622.731 que Bolsonaro teve no primeiro turno.

Uma meta mais crível seria, por exemplo, reduzir a derrota do presidente para o patamar da vitória de Rogério Marinho, ou seja, quase 42% dos votos registrados em primeiro turno.

Significaria ampliar o voto que o senador eleito pelo PL para 12% a mais na conta do presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno.