2 de maio de 2024
ComportamentoImprensa Internacional

MORTE EM NOVA IORQUE

 

Tabu ou código de ética. A imprensa brasileira não costuma divulgar casos de suicídios. A não ser que se trate de pessoa muito famosa.

O argumento é que estatísticas (nunca mostradas) indicariam que ao ser divulgado um caso, outros se sucederiam. Em série.

Lenda urbana ou não, a ponte da Redinha manteve durante muito tempo um plantão permanente para salvar pessoas já no parapeito da morte.

Não se falou mais no assunto, mas uma rede de cordas permanece no local, sendo consumida lentamente pela maresia.

Nos Estados Unidos, o país dos grandes números, o comportamento da mídia é diferente.

E não estamos falando de tabloides sensacionalistas, nem programas de TV que fazem tudo pra sair dos traços nas pesquisas de audiência.

Deu no The New York Times.

Local da ocorrência,  a mais nova atração turística da big apple.

Inaugurada há menos de três ano, Os Jardins do Hudson (Hudson Yards), no lado oeste de Manhattan  é um complexo de prédios que reúne shopping center com mais de 100 lojas, restaurantes, prédios residenciais, escritórios e um hotel.

O valor de um apartamento dos sonhos de qualquer brasileiro, um milhão de dólares, é o que se paga lá por cada metro quadrado  de um loft.

Sua marca é A Embarcação (The Vessel),  uma escultura-instalação de aço, cobre e vidro, em forma de colméia com 46 metros de altura. A mesma da Ponte Newton Navarro.

Acesso gratuito, 154 lances de escada, 2.500 degraus e 80 pontos de observação depois, um ângulo da capital do mundo como nunca visto antes.

Local escolhido pelo universitário de 19 anos que o jornal dá nome e sobrenome, para acabar com o que os  amigos descreveram,  uma vida intensa, cheia de esportes e alegria.

Ele parecia feliz e  gostava de viver.

As autoridades policiais não forneceram informações mas os repórteres entrevistaram pessoas que presenciaram a cena e questionaram a segurança do local.

Foi lembrada uma crítica do The Architect’s Newspaper, de 1917, durante a construção da obra.

– “Quando alguém sobe no navio, os trilhos ficam um pouco acima da altura da cintura até o topo da estrutura, mas quando você constrói alto, as pessoas pulam. ”

Tudo muito às claras com o arremate que pode salvar outros jovens.

Se você tem pensamentos suicidas, ligue para a Linha de Vida do CVV, Centro de Valorização da Vida, 188.”

(A publicação original, de 29/01/2022, foi atualizada)

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