2 de maio de 2024
Direto de Brasília

Natália Bonavides e os preconceitos que ainda sofre por ser mulher na Câmara

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Do Congresso em Foco

Natália Bonavides, de 31 anos, é a deputada federal mais jovem do Partido dos Trabalhadores. Única mulher eleita no Rio Grande do Norte em 2018, a deputada conquistou 112.998 votos e foi a segunda candidata mais votada no estado.

Nas eleições municipais de 2016, Natalia se lançou candidata pela primeira vez.

 “Eu não era conhecida, não tinha nem Instagram”, conta. Ainda assim, conquistou uma das oito vagas que foram preenchidas por mulheres na Câmara de Natal, que tem 29 vereadores. Aquele foi o recorde histórico que a Casa teve de representação feminina. Hoje a Câmara de Vereadores de Natal conta com apenas seis mulheres.

“Um dos motivos que me levou a aceitar a me candidatar como vereadora, é porque se eu não fosse, quem iria no meu lugar não era outra mulher”, conta.

Feminista, Natalia foi a primeira vereadora do PT de Natal e teve a maior votação na história do partido para o cargo na cidade, 6.202 votos.

 

“Nosso estado tem um histórico importante de participação de mulheres na política (…), mas no espaço legislativo a gente nunca conseguiu uma presença muito forte”, declara.

Natália diz sentir na pele a diferença de tratamento entre deputados homens e mulheres.

“Sempre que vou entrar no Plenário pedem meu crachá, ou quando eu estou atrás de um deputado perguntam se eu estou com ele. Acham que eu não tenho cara de deputada, porque eu sou mulher, ainda mais jovem”, conta. “Nós, parlamentares jovens, sofremos um estranhamento de não reconhecerem na nossa imagem física que nós somos parte”, completa.

A deputada conta que frequentemente sofre preconceito de gênero durante a atividade parlamentar.

“Nas comissões mesmo, é muito diferente o tratamento. Eu vejo deputado bater na mesa, espernear, gritar, conseguir implodir a sessão e nada acontecer. Quando uma deputada levanta a voz um pouquinho, normalmente levantando a voz para exigir não ser interrompida, escuta: ‘você está nervosa?'”, relata a deputada.

Outro ponto destacado pela parlamentar é a sexualização das mulheres, especialmente nas ofensa em redes sociais:

“Puta, vadia, vagabunda, vai chupar não sei o que… É uma fixação com a objetificação que sempre com a gente, com mulheres na política, quando é pra ameaçar, não ameaça só de morte, ameaça de ser estuprada. Isso é uma tônica, várias outras deputadas passam pela mesma coisa”, conta.

 

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