Neto de Garibaldi escreve texto despedida e ressalta simplicidade e gentileza do avô
Carlos Emerenciano é advogado e jornalista e sempre nos brinda com seu olhar sobre acontecimentos do cotidiano.
Hoje, ele divide com seus seguidores a saudade do avô materno, Garibaldi Alves.
Abaixo a íntegra :
O meu avô
Vovô, sertanejo nascido em 27 de maio de 1923, filho de família numerosa, nunca negou as suas origens e abdicou do seu jeito de ser. Era naturalmente cordato, sereno e observador.
Um homem desapegado dos bens materiais e com gostos muito simples. Um deles era o de reunir a família.
Só posso dizer o quanto eu o admirava e o amava. São muitas lembranças.
A sua casa, na minha infância, era refúgio. Aos olhos de uma criança, parecia grande, com uma goiabeira na parte de trás. Anos depois, voltei lá com vovô e pude ver como a perspectiva de uma criança é diferente, misturando o real e o imaginário, que muitas vezes, sobrepõe-se.
Vovô era assim, simples, família, um homem gentil. Passou pela política sem deixar a política o transformar. Parecia observar longe. Um pouco do passado da sua terra Angicos, um pouco do futuro, com mais prosperidade para todos e também um tempo só dele, onde talvez sejamos todos felizes.
Descanse, vovô. Hoje, a casa da Deodoro celestial, dos seus pais Nezinho e Liquinha, está em festa.
Você não tem mais os problemas de saúde inerentes aos seus longos 98 anos, pois o tempo aí foi superado e derrotado.
Você vai rever os seus irmãos Aluízio, Expedito, José Gobat, Agnelo; e as irmãs Maristela e Carmen. E sua tão amada Vanice. Com eles, poderá celebrar.
Adeus, gigante. Até qualquer dia. Guardarei comigo a nossa convivência e todas as suas lições.