3 de maio de 2024
Luto

NO ADEUS, UMA LEMBRANÇA

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Saudades de Nápoles (1895) – Bertha Worms – Pinacoteca do Estado de São Paulo


Um quase-irmão de um irmão de sangue.

Seis anos na diferença das idades,  não mudaram  as reminiscências da mocidade comum, nem o carinho pela terra natal e seus habitantes inesquecíveis.

Na despedida,  depois da penosa luta pela vida, o abraço solidário à família, na recordação da publicação de 27/11/2019, dia em que o qualificado leitor virou personagem de estória contada neste pedaço de Território Livre.


GREVE DE PRIMA

Tirando a dos caminhoneiros, são todas tão eficazes quanto as dos surfistas.

Ninguém deixa mais de pagar contas, transferir e sacar dinheiro, quando  os bancários vão à praia.

A telinha do smartphone virou caixa de correspondência e o telegrama ganhou cores e som.

Na Saúde, tudo virou emergência. Que não pode parar.

Foi atingido o patamar supremo do estado permanente de paralisia. Com o coroamento da  greve na greve (tema digno de uma  pós-doc), toda sexta-feira.

Educação, um caso à parte, merece olhar de normalista.

Pega mal parar os serviços ao público no mandato da companheira governadora, terceira mulher, segunda professora e primeira de origem popular.

Além de já ter sido batido, em seis meses,  o recorde de reuniões com o primeiro time da administração.

Não foi isso mesmo que se pediu a vida toda?

E tome diálogo, cafezinho e agendamento de novas mesas de negociação.

Dizem que depois que foi liberado o calendário das reuniões com os sindicalistas mobilizados, os sindicalistas comissionados já têm know how para elaborar o de pagamento.

Só está faltando mobilização das bases. E pressão.

Nem sempre o movimento paredista foi exercido no conforto, embaixo de toldos,no bosque do Centro Administrativo. Movido a cerveja e churrasco.

Nos anos de chumbo fervente, ninguém ousava falar no assunto.

Com a distensão de Geisel, era coisa exclusiva dos metalúrgicos do ABC.

Depois virou coqueluche. Pegou em americanos, alecrinense e até nos funcionários públicos.

Somente na quase-democracia de Figueiredo, a moda aportou na capitania entregue de bandeja e nunca achada por João de Barros, que nos trocou  pelas delícias caribenhas.

Uma paralisação das escolas era tudo o que um governador eleito indiretamente, mas populista, não queria.

O movimento forte, organizado e coeso, ameaçava a  perda do ano letivo e os futuros votos.

O secretário Arnaldo Arsênio depois de empenhar todo o seu prestígio e  reputação, conseguiu um acordo.

Bom para ambas as partes.

Desgastado e cansado, era hora de pedir o capelo. Não contaria a ninguém enquanto não chegasse o momento propício para falar do assunto com o governador Lavoisier Maia.

Tudo teria corrido conforme o planejado, não fosse a presença do Deputado Onésimo (também) Maia para uma audiência não marcada.

Já na boquinha da noite, expediente encerrado,  com o hábito diário de acolitar a missa das seis, o secretário mandou as escusas e a informação que a autoridade seria recebida, sem pressa, no dia seguinte.

A reação nada política do parlamentar e médico…

“Aqui não virei mais. Quem espera por homem é rapariga.“

… deu a Nova Cruz um secretário pra chamar de seu. Luiz Eduardo Carneiro Costa.

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