O outro lado: Menino autista sofre com fogos, barulho e trânsito tumultuado na frente do 16 RI
Enquanto manifestantes se revezam há oito dias para protestar contra o resultado das eleições presidenciais no Brasil na frente do 16 Batalhão do Exército em Natal, a rotina de uma criança se transformou para pior, “num inferno”.
Teo Lima tem 6 anos e ainda não tem idade para entender sobre a legitimidade desses atos, que tomaram conta do Brasil desde domingo, 30 de outubro.
Mas uma coisa Teo sabe e sofre na própria pele; a falta de paz em sua rotina.
Ele tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) e fogos de artifício para essas pessoas tem o poder de disparar gatilhos internos capazes de desorganizar e desencadear crises, gerando sofrimento em toda família.
Este TL conversou com o professor Raphael Lima, pai de Theo, que nos mandou o comovente relato:
As “manifestações” começaram no último dia 31l10l2022.
E desde então a rotina da nossa família virou um inferno. Eu e minha esposa Daniela, somos pais de uma criança autista de 6 anos, Teo.
Teo tem uma longa rotina de terapias e atividades. Todos os dias úteis ele vai para a escola pela manhã e no período da tarde ele tem ABA, TO, Fono e Hidroterapia, são duas dessas atividades por dia, no período da tarde de segunda à sexta.
Com a atividade incomum na região, moramos em um dos prédios vizinhos ao aeroclube, epicentro da manifestação.
Os fogos, o som alto demais, até mais alto do que os das festas do clube tem desorganizado Teo. Quem durante todo o dia 02/11/2022 (o pior dia) chorou o dia inteiro com a intensa queima de fogos.
Mesmo usando um fone para abafar o ruído.
Ao longo dos dias o barulho em excesso tem deixado nossas vidas, e especialmente a de Theo um caos.
Estamos indignados, moramos em um bairro residencial tranquilo, que foi escolhido devido a necessidade do nosso filho e nós e tantas outras famílias estamos sendo incomodados ao extremo, a nenhuma medida ser tomada pelos orgãos públicos.
DO TL
Assim como Teo, também há relatos de pessoas idosas atingidas pela mudança na rotina da região.
Existem campanhas e até legislação em outras cidades brasileiras, proibindo fogos com barulho para proteger pessoas com sensibilidade ao barulho e aos estímulos visuais. Natal não é uma delas.
Pois é… Essas manifestações idiotas, não sei a quem agrada.
Talvez a algum girau da vida, ou a algum alvejante diário ineficaz.
Sei que como morador da Avenida, vivemos o caos causado por esses estúpidos.
Buzinaços, fogos, desatinadas canções, carros e motos sem escape …
Às favas os moradores, idosos, crianças e doentes.
Lembrando: as instituições reguladores, estão na farra…