O que pretende o PT ao engrossar o coro “Fora Bolsonaro”?

Desde que deixou a prisão de Curitiba em novembro de 2019,  a postura do líder maior da esquerda brasileira, Lula,  vem tentando encontrar um  tom, o discurso, o que ecoa e o que o Brasil de hoje precisa e quer ouvir.

Nos primeiros meses, um certo distanciamento alternado em críticas pontuais ao Governo Bolsonaro. A tentativa de emplacar o injustiçado com a viagem à Europa. Um estadista adormecido.

Agora, o desgaste do Presidente Bolsonaro em tempos de Coronavirus  parece ter empolgado o lulopetismo a tirar o radicalismo vermelho do armário.

O twitter acima foi o “bom dia” do ex-presidente desta quinta-feira, 23. O velho Lula acordou. Mas onde pretende chegar?

Acorda com ele o sentimento que levou o deputado de 28 anos de baixo clero se tornar o messias salvador, o avatar da “nova política”, que o brasileiro precisava no pós-Lava Jato.

Rachadinha de gabinete, suspeita de participação em milícia, baixo rendimento como parlamentar, tudo isso ficou menor diante dos tubos de propina mostrados toda noite no Jornal Nacional.

A “Globo-lixo” teve  importância primordial a construir a imagem do capitão, da ordem, do anti-banditismo, da volta dos bons costumes à família brasileira. Por mais que não fosse esse o objetivo final, Bonner (e sua equipe) atirou no que viu, mas acertou o que não via.

Mas, voltando ao Lula de hoje.

O que ele pretende além de, claro, despertar o ódio dos eventuais bolsonaristas? Alimentar seus 30% fieis e intransferíveis do petistas? Parece que sim. E para unir a dispersão,  nada melhor que que um inimigo comum.

Foi e é a mesma receita de Bolsonarismo. Lutar contra o bicho-papão barbudo e toda sua gente. Com essa narrativa uniu a grande maioria do país em seu favor. Tudo isso pra dizer, que se Lula quisesse mesmo, por amor ao Brasil, nos livrar de Bolsonaro:  risco à Democracia, involução à ciência e até ameaça de vidas em tempos de pandemia, ficaria ….  calado. Deixaria o “Fora Bolsonaro” para outra turma. O povo, quem sabe… Ou pelos menos, ficaria nos bastidores. Não iria ao front porque essa guerra os índices,  sua rejeição já mostra. Objetivo real?  Cada um quer garantir sua plateia de estimação.

Polarização garantida entre direita e esquerda. Ganham eles quando não perdem o que já tinham, não é?

Mas se alguma tem que perder, quem será? O bom senso, o meio do caminho, o que pretende subir a ladeira, perdendo menos. Isso não os interessa e por quê? Ah, pelo simples fato que nisso  Lula e Bolsonaro são iguais e estão cada vez mais perto nos extremos.