O TARÔ EXPLICA 2022 E PEDE PASSAGEM PARA O NOVO
A cada quatro trezentos e sessenta e cinco dias, uma parada para revisão.
Troca de óleo e de esperanças nos novos motorneiros
Quem embarca na plataforma, com os mesmos, ou outros tripulantes, segue a viagem adrede traçada.
Lá vai o trem, e vem o destino.
Quem sabia tudo do mapa da mina no fim da linha, e deu as coordenadas na propaganda gratuita de TV, esquece o prumo, ligeirinho, em menos de fósforo.
Tenta-se de tudo, mas a fé costuma falhar.
Dos pulinhos sobre as marolas, às roupas amarelas, bandeiras vermelhas e sementes de romã na carteira.
Nada tem mudado nossa fortuna.
E sorte.
Nem a Senhora Iemanjá é a mesma na praia, pra ouvir lamúrias e receber pedidos.
A ladeira a baixo não termina.
Ninguém sabe onde vai dar, nem quando vamos parar.
Vida mansa, só têm os videntes.
Quem faz riqueza com a sofreguidão dos que querem saber logo, as desgraças reservadas no futuro.
O menos clarividente de todos há de adivinhar que continuaremos sem rumo, direção e guia.
Nenhum projeto ou plano para transformar o que a natureza nos reservou e os deuses e orixás ainda não tiraram.
Chegou o tempo das consultas às cartas do Tarô.
Para 2023, o oráculo apresenta o Carro, carta associada ao empreendedorismo, à livre iniciativa, ordem, estabilidade, progresso e aos investimentos.
A eleição que ainda não quebrou a fervura, não ajuda a crença no arcano.
Seu enigma traz movimentos de mudanças, mas pede para que as pessoas deixem o passado para trás e sigam em frente, sem medo de serem felizes.
Os céticos que desculpem: o retrovisor do baralho não errou.
O ano que se encerra hoje foi regido pelos Enamorados, como arcano maior, carta que fala em decisões emotivas, baseadas na afetividade e na saudade.
Mas tinha também outra carta, como arcano menor.
A de número 22.
O Louco.
Triste Brasil, oh quão dessemelhante estás …