2 de maio de 2024
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OH, INSENSATO PASSAPORTE…

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Bob Dylan


Quatro séculos antes do nascimento do menino que espalhou esperanças pelo mundo, um aspone do rei
Artaxerxes da Pérsia resolveu cruzar o rubicão oriental, para o lado que era lado de lá de Judá.

O soberano escreveu uma carta de recomendação, que registrada em cartório e com firma reconhecida, era a garantia que o viajeiro seria tratado sem desconfianças, enquanto estivesse em terras estrangeiras.

Estava inventado o documento de identidade internacional, e assegurado o direito de ir e vir, respeitadas normas estabelecidas em acordos e bom senso.

Na impossibilidade de exigir o mesmo alvará de circulação para o recordista em viagens, o único ser vivente que em dois anos, visitou mais países e entrou em mais casas de pessoas de todas as raças e classes sociais, os governos insistem em medidas que até mais rigorosas, não se mostraram eficazes.

O raciocínio, inspirado  em metodologia científica, não esquece os lockdowns.

Não há um único país que tenha fechado tudo e que possa dizer, passado o tempo, que barrou a transmissão dos aerossóis.

E não se fala mais em confinamento.

A comprovação que pessoas com o esquema de vacinação completa, incluída a dose de reforço, continuam sendo transmissoras do vírus, não impede que a medida seja tomada.

É preciso mostrar serviço.

A exigência do passe livre para os degradados filhos de Clara Camarão, teria traços residuais de coerência e lógica, se fossem incluídos no chamado passaporte sanitário, resultados recentes e frequentes de testes para detecção do vírus na nasofaringe.

E haja cotonete.                       

Os portugueses autônomos da Ilha da Madeira têm suas ventas e gorgomilos escovados uma vez por semana, e mesmo assim, ainda não voltaram a tomar suas ponchas  e nikitas sem o tira-gosto indigesto.

A farmacêutica que mais lucrou  com imunizantes, já tendo garantido seu produto nos esquemas vacinais, anunciou investimentos de 500 milhões de dólares em uma fábrica do seu medicamento, recentemente aprovado para tratamento inicial de pacientes vacinados ou não. A todos que venham a contrair a doença, promete evitar formas graves e internações em leitos críticos.

Nada foi dito se a droga será fornecida gratuitamente, como uma  forma compensatória de seguro ou indenização pela falha na proteção prometida. De não deixar adoecer, e se adoecer, não complicar.

Prudência, caldo de galinha e humildade não fazem mal a ninguém. Nem ao CEO da Pfizer.

O vírus vai conviver com nossa raça por muito mais tempo.

Vai continuar se multiplicando, mas tem mostrado que está perdendo o ímpeto e o radicalismo iniciais.

A nova cepa, ainda perigosa para os grupos de risco e os mais vulneráveis, não vai deixar de circular na night somente por não ter o documento carimbado.

Se a governadora não quiser ficar conhecida como a Macron de Tailleur, por tanta aporrinhação aos franceses equatoriais papa-jerimuns, terá que acionar mais uma vez seu Secretário Estadual de Gestão de Projetos e Metas e Coordenador do Projeto Governo Cidadão, para uma ideia mais luminosa.

Foi dele a sugestão, quando a pandemia engatinhava nas ribeiras do Potengi, de interditar as gôndolas dos supermercados.

Que passariam a vender somente gêneros alimentícios, listados em uma cesta básica que excluía a cervejinha e a linguiça do  churrasco dominical.

***

N. do R.

A quem interessar possa: na caderneta de vacinação do autor do texto, só não consta que tenha tomado uma.
A dose de reforço da vacina contra bicho-do-pé.

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Em 2015, o cantor, músico, compositor e poeta, Prêmio Nobel de Literatura, Bob Dylan (80 anos) expôs, no País de Gales, quadros que batizou The Brazil Series.

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