PARA A ESCOLA CONTINUAR RISONHA E FRANCA
Será cada vez mais híbrida a metodologia das escolas pós-pandêmicas.
Foi preciso muito álcool em gel para retirar o bolor acumulado nos manuais das boas práticas do ensino convencional.
As fases de desenvolvimento já não comportavam classificação que desconsiderasse capacidades e habilidades com equipamentos, engenhocas, gadgets e similares eletrônicos.
O que era rotulado de transtorno da atenção passou a ser inabilidade do professor em manter o interesse no conteúdo didático.
Como continuar carimbando de anormal, a hiperatividade de um fera no joguinho de mão que faz campeão quem mais pontos alcançar no frenético bate-dedos, na telinha do tablet?
Déficit de atenção em quem além de ligado, anda sempre plugado?
O período de introspecção e foco nos desafios das vidas virtuais, alargaram o espectro e o tamanho da geração rotulada com a sentença perpétua de transtorno autista.
Não dá pra imaginar que depois de tanto tempo isoladas no ambiente doméstico, convivendo com poucas pessoas, cumprindo torturante rotina, as crianças aceitem continuar confinadas e afastadas das babás e mamães eletrônicas.
Nascidos num mundo inundado de tecnologia, da vida uterina guiada por ultrassom para o primeiro smartphone precoce, foi um passo, precedido de muito pouco engatinhar.
Preparar os jovens para o futuro, cidadãos conscientes das responsabilidades, defensores da natureza e da sustentabilidade do planeta, perseguidores de vida mais longa, saudável e feliz, continuará a missão da escola.
Estima-se que mais da metade das profissões dos que estão sendo alfabetizados exercerão, sequer existam hoje.
O novo ensino está vindo em novas cepas e mutações, para ser decifrado, entendido e aprendido.
Já jogamos uma nova fase.
The (old) game is over.
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(Este texto contém reflexões publicadas em 22/04/2021)