2 de maio de 2024
CoronavírusPolítica

PARA ENTENDER UM CERTO SENADOR XIRU

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A Decapitação de João Batista (1608) – Caravaggio – Catedral de São João, Valeta, Malta

Nos países mais pobres, onde as vacinas não chegaram ainda aos braços macilentos, as pessoas se protegem da pandemia, como podem.

Não geram estatísticas, nem o total de vítimas é número confiável.

Os médicos atendem em hospitais tão precários, que  a energia elétrica só está disponível, metade do dia.

No início da catástrofe sanitária, a Somália contava com 15 leitos de UTI para atender seus mais de 15 milhões de almas sofredoras, em guerra e miséria eternas.

A esperada explosão de casos não ocorreu no continente, mãe de todos. Ou não interessou à grande mídia.

Houve quem pensasse que alguma droga de uso universal e periódico para verminose, pudesse estar protegendo a população mais vulnerável.

Quando tornou-se  quase impossível o preenchimento das escalas de plantão nos hospitais brasileiros, e as desistências e mortes dos profissionais de saúde começaram a diminuir, houve quem atribuísse a mudança do cenário, a algum remédio que estivesse ajudando outras medidas de proteção, como profilaxia.

O efeito foi notável mas não deixou  evidências científicas. psicológicas.

Se um dos mais famosos infectologistas do país, médico das celebridades e políticos poderosos, coordenador do comitê de enfrentamento da pandemia no mais rico e populoso estado da federação, teve revelado,  por farmacêutico indiscreto,  sua receita de auto-medicação, não se pode estranhar se muitos outros médicos estivessem  prescrevendo também, remédio para piolho.

Na companhia de prêmio nobel, do mais conhecido pesquisador francês, professores de famosas universidades americanas, não foram poucos os estudiosos brasileiros a orientar os médicos que enfrentavam o inimigo oculto, em campo aberto, na linha de frente, que o curso da doença seguia um padrão, e este podia ser dividido em fases. E que havia muito a ser feito, em cada uma delas.

E que não tinha sentido esperar como os terraplanistas, achatadores da curva de contaminação, que o ar faltasse para só então procurar o tubo salvador, que também não encanava vento nos hospitais equipados de improvisação. Ou esperar os  respiradores já pagos, vindo da terra do nunca.

Quando um ministro da justiça, em defesa da presidenta no processo de impeachment, citou o professor Tomáz Turbano, a culpa do cacófato recaiu no coitado do estagiário que perdeu a bolsa.

Já um laurel de gozação em curriculum de cientista admirado, é de cortar a cabeça do xiru, índio velho da fronteira, com navalha enferrujada.

Assiduidade, paciência, respeito aos 15 minutos de fama diária, cordialidade, calma de bispo luterano.

Nada disso impediu que um xerife macumbeiro gastasse suas velas de defunto ruim, para tentar transformar  a vontade de ajudar, a dúvida e o direito à livre manifestação do pensamento, em crimes.

Ainda bem que bullying e chacotas não comprometem o decoro parlamentar.

Assim, quando o relator classificou de prêmio, a inclusão do colega acuado, no rol dos cabras marcados para morrer de má reputação, o cidadão telespectador pôde responder por quem não teve direito à réplica:

Excelência, venda seu gado, e vá premiar quem quiser, com o seu dinheiro.

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(Esta última sentença pode ser alterada, ao gosto, humor e bel-prazer dos leitores)

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A Crucificação de São Pedro (1600) – Caravaggio – Capela Cerasi de Santa Maria del Popolo, Roma

One thought on “PARA ENTENDER UM CERTO SENADOR XIRU

  • PedroArtur

    Esse eh o pais ( Brasil ) dos politicos cretino e da imprensa que fuciona como quarto poder e as fezes cretina tambem , obs nao votei e nem voto nos priores politicos do Brasol , Lula , Bolsonaro.

    Resposta

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