5 de maio de 2024
Natureza

PORES AÍ

B278B02C-28DA-464D-A38E-F227417EBEF7A certeza que não será o último e que no dia seguinte  tem mais, faz o momento tão especial reavivar memórias e acalentar sonhos.

Um espetáculo por natureza.

Traduzido para todas as línguas, tem sido apresentado em tudo que é país do mundo.

Em todas as cidades. Das megamaiores às pequenas vilas e até quem sempre viveu isolado, não deixa de assisti-lo.

Não há estatísticas confiáveis mas acredita-se ser a atração mais vezes repetida em toda história.

O ator é o mesmo.

Nunca mudou.

Sem substitutos. Afastamentos, somente quando condições climáticas adversas, não permitem as apresentações.

O artista é intenso. Irradia calor e preenche todos os espaços com seu brilho.

No palco,  ofusca quem está à sua volta.

Só quando encoberto e enevoado,  não comparece. Na coxia, sua ausência é lamentada.

Nos lugares tíbios, planos são feitos para aproveitar ao máximo sua presença na aguardada próxima temporada.

As reestreias, concorridas, são comemoradas com  festas, danças, bebidas e comidas especiais.

O preparo de cada  performance leva o dia todo mas  a mostra, em si, só alguns minutos.

Resume-se a uma única cena com ares de despedida.

Evoca os mais recentes acontecimentos vividos. Alerta que tudo chega ao fim.

E sempre tem recomeço.

Que o que vem logo a seguir  também tem sua graça, encantos e mistérios.

E apesar de muitas vezes longa e escura, terá, igualmente, um final. Radiante.

Mostrada há milhões de anos, desde quando nem plateia havia, muda apenas de cenário e iluminação.

B0E81A54-7CCF-4B33-83E9-623FD1D2D12AEm alguns teatros o espetáculo é rápido, concorrido. Sucesso de público.

Em outros, arrastado, como sequência de filme francês, parecendo não terminar. Daqueles que ninguém fica até o fim.

Pode ser substituído por apresentações de efeitos mais deslumbrantes, quais danças de luzes.

Vistos somente das poltronas mais nos extremos. Quem já presenciou, não esquece o silencioso e suave balé em tons multicoloridos.

39E7506E-2BFD-43CA-A30F-D8441724F833Apesar  de serem fiés ao roteiro original, críticos insistem em rotular alguns como sendo os melhores e mais bonitos de todos.

Acrescentada  ao espaço cênico, música  instrumental faz a diferença na percepção de quem assiste, merecendo todo o sucesso alardeado.

Até listas dos dez mais correm a blogosfera. E meio mundo,  em longas viagens,  quem quer  conferir se a fama é merecida.

Já foi deus.

Já foi rei.

Sempre foi astro.

De arrebóis.

Myconos. Jacaré. Arpoador. Oia. Cusco. Saint-Michel. Potengi. Guaíba. Montjuic. Gálata.

Grand finales de quinta grandeza e eterna beleza.

One thought on “PORES AÍ

  • Geraldo Batista de Araújo

    Ao autor do texto, meus parabéns. Certamente fez o MOBRAL bem feito e não o “SOBRAL” como Lula fez.

    Resposta

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