5 de maio de 2024
Política

RECEITA DE LULA

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Nada mais natural  que um parto depois de nove meses de gestação.

Foi o tempo que levou o ex-presidente Lula para fazer sua esperada primeira visita ao estado, desde que mudou-se de Curitiba.

Todos ansiosos para ver, com os olhos que um dia pertencerão à terra, como está o viajante, único guia da jornada de volta ao jardim das delícias.

Encontro anunciado, sempre adiado, virou acontecimento fora das previsões.

Quem esperava uma reedição apoteótica das Caravanas da Cidadania rasgando os sertões nordestinos, ficou frustrado.

Desta vez, a lenda não procurou ir onde o povo estava.

Com programação reservada, o roteiro não permitiu aglomerações. Não se ouviram salves e vivas, muito menos gritos de protestos. Nem ovos de insultos, atirados.

Entre muitos, os escolhidos foram as elites.

Artísticas e políticas.

A militância com poucas bandeiras, vermelhas de timidez, teve raras oportunidades de reafirmar a disposição para a luta continuada.

Até o encontro com a classe operária das artes, apesar da beleza plástica do palco armado, não fez a estrela brilhar como em espetáculos do passado.

Faltou gente, e a emoção só desabrochou no encontro com o compositor Hilton Acioli, autor do jingle Lula lá,  que marcou a campanha na eleição de 1989  e virou hino do partido que agora desvanece.

Se vocês começam a brincar de mexer com as minhas emoções, é possível que não tenham candidato.

Admitiu o que anda procurando, medindo palavras e ações para não espantar o eleitor que já não segue pelos extremos das veredas.

Como as recomendações do Senador Pinheiro Machado ao seu cocheiro, Lula sabe que que tem obstáculos jurídicos no caminho e que não é chegada ainda a hora de enfrentar multidões.

Nem tão devagar que pareça afronta, nem tão depressa que pareça medo.

É tempo de conversa.

Cochichos  ao pé-do-ouvido, pequenas transgressões às medidas de proteção, sem as quais, a arte da política não aparece na tela em branco do exímio artista.

O festival político-gastronômico de dois dias, deixa elaborado o cardápio da eleição do próximo ano, com os principais ingredientes já escolhidos.

Para se fazer uma vitória mais tranquila, nada como repetir a receita de sabor agridoce.

Sacuda a militância nas suas giroflexes, misture com uma oligarquia boa de votos e peça à governadora para mexer um pouco pra direita.

O perigo é quebrar o regime e engordar além da conta.

Que palanque muito pesado, às vezes não resiste e cai.

Aos adversários,  restou comparar a invejada forma física do setentão (na foto do lual com sua Janja), com as pesquisas que vêm sendo divulgadas.

Seria tudo astúcia de photoshop.

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Lula e Hilton Acioli

Lula La!!.

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