6 de maio de 2024
HomenagemMemória

RECORDAÇÕES PEDESSISTAS

Lauro Arruda Câmara (Lábrea, AM, 09/10/1912 – Natal, RN, 24/08/1996)

Transcorridos 110 anos do seu nascimento, as estórias de Lauro Arruda Câmara continuam lembradas no universo familiar e no mundo dos políticos.

Os mestres do anedotário já contaram algumas das suas aventuras.

Há sempre o risco de repetir uma ou outra.

A bênção, Dr. Valério Mesquita.

Com sua licença, Profº Lauro Bezerra.

Saravá, Machadinho (in memoriam).

A mais contada é a da visita do todo-poderoso (e temido) Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, o primeiro da ditadura.

No palácio do governo, próceres, deputados e demais autoridades, enfileirados para o beija-mão do presidente golpista.

Na sua vez, a perguntinha quebra-gelo, se o circunspecto cidadão mantinha parentesco com o Monsenhor Arruda Câmara, deputado federal e líder anti-divorcista pernambucano.

A resposta que era  filho do sacerdote” deixou um constrangedor silêncio no ar,  e mereceu depois, broncas e explicações ao padre-governador Walfredo Gurgel.

Filho espiritual.

No rastro da  epopeia carioca do final dos anos 40, em busca da ponte que livrou sua aldeia do isolamento rodoviário, outras informações nas memórias ainda não escritas do filho Leonardo.

Os seis meses no Rio de Janeiro não foram só no Hotel Ambassador, ou talvez no Serrador onde o Deputado Djalma Marinho, adversário paroquial, conseguia dos amigos proprietários, bons descontos para os conterrâneos de todas as cores partidárias.

Houve também uma longa passagem pela menos glamurosa Pensão de Dona Rosa Brandão, outro point dos papa-jerimuns nas cercanias da Cinelândia e do poder.

De novo, tempo de eleição.

A demorada temporada na capital do país, a distância da base eleitoral, as teimosias, entre elas, a insistência em mudar o nome do futuro município de Passa e Fica para Presidente Eurico Gaspar Dutra,  fizeram do mais votado deputado estadual, suplente.

Contribuíram também para a escassez de votos, seus maus hábitos eleitoreiros.

Não bebia, não fumava, não conhecia as cartas do baralho e nem sequer dançava com as jovens eleitoras nas quermesses da igreja.

Mas nunca  perdeu a pose, nem o título de deputado.

Na velha política, sempre havia um jeito. E uma licença (remunerada) de algum correligionário.

Alguns anos depois, em outro exílio carioca, em busca dos luminares da Medicina e de tratamento para a filha Laurita, a explosão de entusiasmo pela obra recém iniciada por JK.

Com o colega Olavo Montenegro, a bordo de uma incrível kombi alugada, por estradas em construção, a visita ao imenso canteiro de obras no planalto central, manteve acessa a chama partidária.

Hoje é dia de lembrar os velhos pessedistas, de pé pelo Brasil, convocando o eleitorado do partido que nunca foi nem será vencido,  a fazer do voto, sua arma, seu fuzil.

As arminhas de dedos têm história…

João Goulart, Lauro Arruda e Juscelino Kubitscheck, na campanha presidencial de 1955, em Mossoró

http://memorialdademocracia.com.br/ajax_audio_extra_item/1230                                                         Hino do PSD

    (O original deste texto foi publicado em 28/09/2019, com o título Saudações Pedessistas)

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