SALA DE COMANDO
Depois que entram os sabe-tudo que nunca fizeram nada e os outsiders que dentro, não querem mais sair, o jogo político continua o que sempre foi. Ou piora.
O navio velho, cheio de rachaduras no casco não vai fazer a viagem melhor, no mar de sempre, com os mesmos instrumentos de navegação, só porque tem gente nova a bordo.
Mesmo os transatlânticos, verdadeiros hotéis sobre ondas, com pilotos automáticos, sensores e radares, podem bater numa pedra e naufragar.
Por motivo tão inesperado como um galanteio de um velho lobo do mar à namorada de primeira viagem.
O Costa Concordia e o grito de revolta, dificilmente serão esquecidos.
-Vada a bordo, cazzo! (A tradução é livre).
Não há mar de almirante quando irrompe uma infecção contagiosa.
Nestas horas é que se conhece quem tem capacidade de liderança.
Um tripulante desembarcado numa escala não prevista no roteiro original, pode esclarecer tudo.
Ele esteve na sala de comando e resolveu contar o que viu, do que participou e o que o deixou estarrecido.
Seu depoimento sobre o capitão-comandante é arrasador.
Por trás da aparência de um líder com autoridade e determinação, identificou um impulsivo, errático e incrivelmente desinformado chefete.
Alguém que só fazia o que queria e por convicção própria, via como o melhor. Sem ouvir opinião de quem estava ali, por ofício, com o dever de aconselhar.
Um líder corrupto, mal informado e imprudente que usa o poder de seu gabinete para promover suas necessidades pessoais, familiares e políticas, antes dos reais interesses da nação.
A conclusão de quem esteve perto é que não há aptidão nem competência para realizar o trabalho.
E que não merece ser de novo escolhido para mais uma etapa da viagem.
A Sala Onde Aconteceu, o livro de memórias de John Bolton, ex-assessor de segurança nacional de Donald Trump, está sendo lançado com inéditas informações do que se passou nos 17 primeiros meses do governo.
Revelações bombásticas que junto com a sofrível conduta no enfrentamento da pandemia, podem mudar o comando da mais poderosa nação do mundo.
Obcecado pela reeleição, Trump topa tudo para aparecer bem nas fotos. Apesar do topete comprometedor.
Do muro na fronteira mexicana, que pouco resolve, à ideia bacana (cool) de invadir a Venezuela, na América do Sul da América. Tudo dele.
Sobrou até para a hoje pacífica Finlândia, na presidencial ignorância, incorporada ao território russo, mesmo que tenha resistido à guerra no inverno da Carélia e preservado sua independência.
Já nos trópicos, a História já avisou que não tarda a chegar.
O metódico ex-ministro Henrique Mandetta, no meio do furacão, registrou tudo em diário e promete publicação.
O ex-juiz Sérgio Moro começou a contar sua malfadada aventura em folhetins quinzenais. Vai lembrar de muita coisa.
Fica faltando o ex-laranja Fabrício Queiroz, finalmente sabendo onde está, trazer um toque mais intimista à ópera-bufa que não sai de cartaz no teatro deste imenso navio, prestes a afundar.
Plibir passeata é próprio de ditaduras
Comentários muito bons
Davi Nasser assinaria estes “tetticulos”.
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