5 de maio de 2024
Política

SALA DE COMANDO

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Depois que entram os sabe-tudo que nunca fizeram nada e os
outsiders que dentro, não querem mais sair, o jogo político continua o que sempre foi. Ou piora.

O navio velho, cheio de rachaduras no casco não vai fazer a viagem melhor, no mar de sempre, com  os mesmos instrumentos de navegação, só porque tem gente nova a bordo.

Mesmo os transatlânticos, verdadeiros hotéis sobre ondas, com pilotos automáticos, sensores e radares, podem bater numa pedra e naufragar.

Por motivo tão inesperado como um galanteio de um velho lobo do mar à namorada de primeira viagem.

O Costa Concordia e o grito de revolta, dificilmente serão esquecidos.

-Vada a bordo, cazzo!                                                    (A tradução é livre).

Não há mar de almirante quando irrompe uma infecção contagiosa.

Nestas horas é que se conhece quem tem capacidade de liderança.

Um tripulante desembarcado numa escala não prevista no roteiro original,  pode esclarecer tudo.

Ele esteve na sala de comando e resolveu contar o que viu, do que participou e o que o deixou estarrecido.

Seu depoimento sobre o capitão-comandante é arrasador.

Por trás da aparência de um líder com autoridade e determinação, identificou um impulsivo, errático e incrivelmente desinformado chefete.

Alguém que só fazia o que queria e por convicção própria, via como o melhor. Sem ouvir opinião de quem estava ali, por ofício, com o dever de aconselhar.

Um líder corrupto, mal informado e imprudente que usa o poder de seu gabinete para promover suas necessidades pessoais, familiares e políticas, antes dos reais  interesses da nação.

A conclusão de quem esteve perto é que não há aptidão nem competência para realizar o trabalho.

E que não merece ser de novo escolhido para mais uma etapa da viagem.

A Sala Onde Aconteceu, o livro de memórias de John Bolton, ex-assessor de segurança nacional de Donald Trump, está sendo lançado com inéditas informações do que se passou nos 17 primeiros meses  do governo.

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Revelações bombásticas que junto com a sofrível conduta no enfrentamento da pandemia, podem mudar o comando da mais poderosa nação do mundo.

Obcecado pela reeleição, Trump topa tudo para aparecer bem nas fotos. Apesar do topete comprometedor.

Do muro na fronteira mexicana, que pouco resolve, à ideia bacana (cool) de invadir a Venezuela,  na América do Sul da América. Tudo dele.

Sobrou até para a hoje pacífica Finlândia, na presidencial ignorância, incorporada ao território russo, mesmo que tenha resistido à guerra no  inverno da Carélia e preservado sua independência.

Já nos trópicos, a História já avisou que não tarda a chegar.

O metódico ex-ministro Henrique Mandetta, no meio do furacão, registrou tudo em diário e promete publicação.

O ex-juiz Sérgio Moro começou a contar sua malfadada aventura em folhetins quinzenais. Vai lembrar de muita coisa.

Fica faltando o ex-laranja Fabrício Queiroz, finalmente sabendo onde está, trazer um toque mais intimista à ópera-bufa que não sai de cartaz no teatro  deste imenso navio, prestes a afundar.

2 thoughts on “SALA DE COMANDO

  • Geraldo Batista de Araújo

    Plibir passeata é próprio de ditaduras

    Resposta
  • Geraldo Batista de Araújo

    Comentários muito bons
    Davi Nasser assinaria estes “tetticulos”.
    ,
    ícos:

    Resposta

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