28 de abril de 2024
CoronavírusPolítica

SEXO DOS ANJOS

 

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Entre outros tantos, o anúncio de mais uma
live  pouco foge do habitual, a não ser que seja de Caetano ou traga a promessa de esgotar assunto tão vasto.

Tratar de tudo sobre um tema transcendental e mais alguma coisa.

Compromisso agendado e não cumprido, por esquecimento, falta de tempo ou tarefa mais terrena a cumprir.

Lastimável desencontro.

A sensitiva digital  prometia tirar todas as dúvidas.

Infelizmente, para quem não se logou, elas permanecerão misteriosas.

Têm sexo os anjos?

Se têm, quantos e quais são?

São os mesmos já catalogados pelos teóricos de todos os gêneros?

Ou as asas fazem alguma diferença?

Os clérigos cristãos da idade média, os mais sábios de Constantinopla reunidos há semanas em monastério  às margens do Mar Negro, no Bósforo, discutiam coisas do espírito,  tão importantes que não sobrava tempo para as mundanas.

Esqueceram que os inimigos otomanos estavam interessados em outros poderes mais palpáveis e não se aperceberam da invasão sorrateira.

Absortos na dialética, perderam o controle da cidade mais importante entre as duas metades do mundo. O vacilo rebatizou a Bizâncio original.

Quando foram procurar saber sobre o  que versavam  as discussões, a surpresa.

O assunto único que dominou o colóquio até seu encerramento pela rendição dos doutores teólogos, é o mesmo que hoje é prometido ser facilmente explicado, bastando abrir um link.

Como não houve nenhuma breaking news anunciando a descoberta da solução para o eterno mistério, pode-se concluir que as explicações não devem ter sido muito convincentes.

Nem provas robustas, apresentadas.

Pelo visto, não mataram a cobra nem mostraram nada dos anjos.

Graças ao chefe supremo, continuaremos com esta insubstituível figura de linguagem para os recorrentes momentos perdidos em intermináveis argumentos para conclusões que  nunca serão aceitas.

A política tomou o lugar da religião e é o campo onde a inútil atividade é mais praticada e se perde mais tempo.

O debate que se estabelece com a visita do Presidente da República tem tudo para ser enquadrado nesta mesma categoria de polêmica.

Um rosário de dúvidas a ser debulhado.

O cargo de governadora obriga o comparecimento às solenidades  amplamente divulgadas, mesmo sem  o convite oficial?

Ou sem o ritual protocolo,  é impossível a recíproca ao finório RSVP?

Uma desculpa formal para o não-encontro, deverá ser apresentada?

O respeito ao distanciamento social recomendado em tantos decretos, inclui o contato com convalescente da virose pandêmica?

Compromissos já assumidos, como inspeção às obras da operação-tapa-buracos é justificativa suficiente para a ausência?

O desencontro trará algum prejuízo para o estado visitado?

Se fosse ouvido, o povão iria entender os motivos.

E recomendar que o melhor mesmo,  é cada um ficar na sua.

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