SLOW ELECTION
Um mês depois da eleição norte-americana de meio de mandato, a recondução do senador democrata pela Geórgia garantiu a maioria do partido no Senado, sem necessidade do voto de minerva da Vice-presidente, Kamala Harris.
Trinta dias após o pleito, já esquecemos que os institutos de pesquisas erraram em cinco vezes suas margens de erro na corrida pela cadeira potiguar de senador.
Deu tempo até do partido do eleito, fazer o lançamento da candidatura do azarão para presidir a câmara alta, mesmo continuando a estrebuchar contra o resultado da apuração na disputa presidencial.
A cada quatro anos, o brasileiro tem a rara sensação de estar à frente da mais rica nação do mundo, nem parecendo o vira-lata que a tudo imita dos cães de raça, de vistosa pelugem.
Resquício do ufanismo que se repete com a mesma periodicidade, a cada Copa do Mundo, quando nos consideramos os melhores do mundo.
Saber quem vai governar, poucas horas depois do último voto computado, deve fazer uma enorme diferença.
A inevitável comparação com o sistema eleitoral americano é sempre acompanhada de sugestões tão evidentes e lógicas, como dispensáveis.
Não há perspectiva que ocorram mudanças. E não adianta indignar-se com a vitória de um candidato com milhões de votos populares a menos que o derrotado, para presidir a mais poderosa nação do mundo.
Não tão simples assim.
Imaginem quem teria sido eleito se a eleição brasileira contasse com um colégio eleitoral.
Outra escolha também utiliza métodos arcaicos e ninguém pede para ser feita com urnas eletrônicas.
Colégio eleitoral e votos em papel escolhem os Papas.
Escrutínio à prova de fraudes e imune a recontagem dos votos e reclamações.
Encerrada a apuração, as cédulas são queimadas.