ESTÁ FALTANDO O BOB

A reforma ministerial mais uma vez perde a oportunidade de trazer mudanças mais profundas para acabar com o rame-rame do mais do mesmo.

Agradar à grande mídia quem haverá de?

O fenômeno da desmilitarização do governo não tem sido reconhecido por quem, até agora, só reclamou.

Os exemplos no primeiro escalão e a baixa em série no Ministério da Saúde não foram suficientes para aquietar os ânimos.

A meia guinada em direção ao centrão é esforço para estender a sobrevida enquanto houver verbas para emendas parlamentares.

O capitão-presidente ainda não atentou que o verdadeiro golpe que ameaça seu desejo de governo forte e superior aos outros dois poderes, é o semi-presidencialismo-meia-boca.

Se deu certo em outros países, não há garantia que possa resolver os problemas daqui, podendo aumentar as diferenças em um sistema híbrido e enxertado que certamente, no popular, vai ser conhecido como cobra de duas cabeças.

Está na hora de o mito puxar da manga do paletó made in Duque de Caxias, um trunfo que substitua prontamente qualquer outra carta que não esteja bem ajustada no caótico baralho.

Não lembrou ainda do aliado, das raras unanimidades nacionais, em invariável conceito.

Presidente do mais antigo e emblemático partido, tem uma bancada de dez deputados federais que sob sua guarda e ração balanceada, defende com fidelidade canina, os ideais de Getúlio Vargas.

Um melé faria a diferença.

Na Casa Civil, mais que algum general, pelos mais de 20 anos no Congresso e o mesmo know-how de qualquer senador piauiense sobre doses mensais de calmantes aplicados à boiada que pasta no planalto.

Nas Comunicações, seu histórico n’ O Povo na TV deixa o segundo-marido de apresentadora, apesar da força do sogrão, a dezenas de pontos de ibope de distância.

O gosto por armas de grosso calibre  pode ser necessário se os fardados resolvem voltar aos quartéis e nenhum ex-comunista aceite ser Ministro da Defesa.

Se vai ser ressuscitado o Ministério do Trabalho, a chance de reparo da desfeita com a filha. Seduzida, nomeada e abandonada pelo mordomo do filme que ainda não terminou.

No Itamaraty,  voltariam aos áureos e já pranteados tempos do Embaixador Ernesto, fortalecendo as relações com a China e o programa  de preservação dos macacos.

Quem sabe os guaribas não se adaptam à floresta temperada da Província de Hainan?

Na Justiça, quem sentiu na pele, o frio do outro lado da grade na dureza da vida reclusa, por 14 meses?

Será mais uma Harley-Davidson a roncar e ser multiplicada por mil, nas fotos e contagens dos blogs de fakenews.

Com ele, os ataques ao STF, com imitações de trejeitos e segredos de alcova, seriam centralizados em um só franco-atirador.

Se resolverem tirar do armário o gabinete do ódio, não tem parêa.

As lives  teriam uma página musical e os churrascos do Alvorada não seriam mais os mesmos com os agudos do tenor.

É só o que está faltando.

Roberto Jefferson no ministério.

Feliz aquele cujas transgressões são perdoadas
e cujo pecado é coberto!

                           -Salmo 32:1