8 de maio de 2024
Coronavírus

TEMPO BOM PARA GOLPE

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Escassez de material médico-hospitalar, espiral de aumento dos preços, compras sem licitações. Ambiente perfeito para vivaldinos.

Eles sempre estão por aí.

São especialistas em tudo. Incluídos vírus chineses e nova-iorquinos.

Nestes tempos de pressa e dinheiro como nunca dantes, devem estar oferecendo até hospital pronto pra ser montado nas nuvens. Atmosféricas.

Que o repeteco  sirva de alerta aos novos ases dos números, gráficos e premonições.

Aos curiosos, uma pista.
O bom samaritano da estória não é médico.                                 É reincidente.

Tow truck with a broken car, isolated on white background. Colorful cartoon design for kids.

GOLPE NO MEIO DO CAMINHO

Penas aplicadas aos estelionatários deveriam ser abrandadas na proporção da criatividade do meliante.

Conheço – por ouvir falar – de um que se especializou em aplicar golpes em Secretários de Saúde.

Por ser antigo na atividade e de  recorrente atuação, sempre que uma nova leva de futuros réus por falência do sistema chegava à Brasília para reuniões periódicas, era feito o alerta.

O novo auxiliar da Governadora (ainda de origem não popular) nem tinha esquentado a poltrona.

Voltara da primeira viagem à capital federal e poucos dias depois recebeu telefonema do colega pernambucano.

Foram tantas apresentações, toda aquela gente nova na corte que pouco lembrava da fisionomia quanto mais da voz ao telefone.

Era um convite para almoçarem juntos na sexta-feira.

Disse que passaria o fim de semana com mulher e filhos  em São Miguel do Gostoso. Viagem longa, uma parada em Natal era estratégica.

Aproveitaria o repasto para apresentar seus projetos para ações que beneficiariam os demais estados nordestinos.

Tinha até algumas dicas de como conseguir mais recursos no ministério.

Logo,  a agenda do secretário foi bloqueada e uma mesa reservada num restaurante de  fama.

Perto da hora combinada, recebe chamada do viajante.

Estava em Goianinha mas um contratempo provocava pequeno atraso.

Um tanto aflito, disse estar até sem jeito de pedir um favor mas não viu outra solução.

Seu carro apresentara defeito mas já havia sido consertado.

Na hora de pagar o serviço, o mecânico não trabalhava com cartões de crédito.

Estava sem suficiente dinheiro em espécie, não usava mais  talão de cheques  e  o caixa eletrônico da cidade não atendia ao seu banco.

A solução era uma transferência bancária para a oficina e quando voltasse ao Recife o valor seria devolvido.

O secretário, para alegria dos auxiliares do gabinete, avisou que não voltaria mais naquele dia. Expediente encurtado, como sói acontecer.

Passou no banco, fez o depósito na conta anotada  e de lá foi direto para o local combinado.

Tudo conforme o acertado mas o deselegante novo amigo  não apareceu para  o compromisso.

Deve ter passado direto pra Gostoso.

Nunca agradeceu o obséquio nem restituiu o empréstimo.

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