UMA FORÇA NO ENSINO
Descrentes da eficiência da aprendizagem a distância para quem mal começou a alfabetização e sem acreditar que a leitura incidental brota do nada, os avós têm mais uma preocupação.
É preciso ajudar os pais na superação desta ameaça ao desenvolvimento infantil que pode ser definitiva e com repercussões negativas nas próximas etapas. Podendo comprometer até a sonhada pós-graduação em Stanford.
Eles próprios, mantidos isolados em suas jaulas intransponíveis, pensam em novos métodos nem um pouco baseados nos de Piaget e Montessori.
Trata-se de metodologia dinâmica que dispõe de pouquíssimo tempo, não é empregada todos os dias e que precisa de criatividade para prender a atenção do alunato.
O uso racional de todos os recursos da tecnologia eletrônica é indispensável.
Nas ligações videofônicas, o contato mais demorado com os responsáveis, permite saber o conteúdo da escola regular e tradicional, pelo acompanhamento das aquisições de leitura e escrita.
A evolução da transição do desenho para letras e sílabas, as primeiras palavras espelhadas, maravilham quem vê tudo na telinha do telefone. E se aparecerem ves repetidos, não dá pra segurar a emoção.
Nas frações de segundos que conseguem ficar parados e enquadrados nas câmeras, não se consegue mais do que as saudações, ois, beijos ao ar e juras de saudades e faltas que fazemos, repetições do que os genitores sussurram e sopram aos ouvidos.
O mais, são imagens em close, do absorto educando, frente a TV, em desenhos de alta definição ou em jogos solitários com bonecos de super-heróis e suas aventuras secretas. Sem lugar para personagem cuja única função é presentear com outros mocinhos, vilões e seus castelos.
O distanciamento, sem a certeza de quando a quarentena vai acabar para o grupo de risco etário, é compensado com tentadoras promessas que terão muito o que fazer juntos quando tudo isso passar.
A primeira aula prática já pode ser agendada.
O anúncio da reabertura dos shoppings, deflagrou as cobranças das promessas de aulas de campo em incursões pelo interior.
Das lojas de brinquedos.
E a extensa lista dos prometidos, gravados na memória beyblade e no imaginex de quem sabe trocar sorriso de agradecimento por felicidade de quem paga a conta.
A lenta abertura das atividades permite que outras transgressões às determinações dos decretos maternos comecem a ser conspiradas.
A guerra dos hambúrgueres anuncia que a próxima temporada vai ser mais deliciosa.
Recheada de gorduras trans e fritas de montão.
Preparar o espírito da turminha para o que encontrarão, merece cuidado especial.
Evita decepções e traumas que só psicóloga junguiana decifra.
A maior dificuldade é explicar ao consumidor final porque as praças de alimentação, os cinemas e espaços de jogos e brinquedos, ainda continuarão desertos.
Loja de roupa, não tem a menor graça.