Vacinados com a dose única da Janssen deverão tomar reforço de outra marca

Fonte: Carl Zimmer e Noah Weiland, para o The New York Times, 13 de outubro de 2021

Pessoas que receberam uma vacina contra o coronavírus da Janssen podem ficar melhor com um reforço da Moderna ou Pfizer-BioNTech, de acordo com dados preliminares de um ensaio clínico federal publicado ontem.

Essa descoberta, juntamente com uma revisão mista pela Food and Drug Administration do caso, poderia levar a um debate acalorado sobre como e quando oferecer injeções adicionais para os 15 milhões de americanos que  receberam a vacina, como  de dose única.

Apesar das questões levantadas pelos novos dados sobre a força dos reforços da Janssen, alguns especialistas previram que a agência iria autorizar as doses de qualquer maneira, uma vez que a eficácia da vacina one-shot é menor do que a das vacinas de RNA-mensageiro de duas doses, feitas  pela Moderna e Pfizer.

Assim que a agência autorizou um reforço da Pfizer no mês passado, “a sorte foi lançada”, disse John Moore, virologista da Weill Cornell Medicine.

As vacinas Pfizer e Moderna são de longe as mais usadas nos Estados Unidos, com mais de 170 milhões de pessoas nos Estados Unidos totalmente imunizadas com uma ou outra vacina.

Quando a Janssen foi autorizada em fevereiro, os especialistas em saúde pública estavam ansiosos para implantar a opção “um e pronto”, especialmente em comunidades com pouco acesso a cuidados de saúde.

Mas a popularidade da dose única despencou quando o F.D.A.  mais tarde, interrompeu seu uso para investigar casos raros de coagulação do sangue.

Para aqueles que receberam a vacina Janssen, o momento de uma autorização de reforço, de qualquer marca, ainda é incerto.

A estratégia será discutida na reunião do painel da F. D.A na sexta-feira, mas nenhuma votação será realizada.  Se os reguladores eventualmente acreditarem que há suporte científico suficiente para a abordagem, eles provavelmente precisarão atualizar a linguagem de autorização das vacinas Moderna e Pfizer para permitir seu uso em pessoas que inicialmente receberam a da Janssen.

Em um estudo conduzido pelo National Institutes of Health, os pesquisadores organizaram nove grupos de cerca de 50 pessoas cada.

Cada grupo recebeu uma das três vacinas autorizadas, seguida de um reforço.  Em três grupos, os voluntários receberam a mesma vacina para um reforço.  Nos outros seis, eles mudaram para uma marca diferente.

Os pesquisadores descobriram que aqueles que receberam uma injeção da Janssen seguida por um reforço Moderna viram seus níveis de anticorpos aumentarem 76 vezes em 15 dias, enquanto aqueles que receberam outra dose de Janssen viram apenas um aumento de quatro vezes no mesmo período.  Uma injeção de reforço Pfizer aumentou os níveis de anticorpos em receptores Janssen em 35 vezes.

TL Comenta:

Cada vez mais, o aforismo utilizado para convencer os sommeliers das vacinas, mostra-se mais verdadeiro:

“Vacina boa, é vacina no braço”.

O resto, a intercambialidade, na hora da dose de reforço, resolve