VAI, CRIANÇA! SER BRAWLER NA VIDA

Primos?

Melhor tê-los.

Aos montes.

Com as novas configurações familiares, de geração a geração, já vinham  diminuindo em número. E grau de parentesco.

Agora, o distanciamento impede o convívio mais frequente com os poucos que o planejamento familiar permite.

Como será essa gente sem os quase irmãos, é mais um mistério a ser desvendado pelo tempo. E o que virá depois que a tormenta passar.

Isolados, com aulas à distância, os pequenos perderam a dupla companhia.

Na escola, dos colegas  e sem oportunidades de estreitar os laços com os parentes mais próximos,  no território libertário da casa dos avós.

A convivência e a intimidade foram transferidas para os youtubers, as novas babás que fazem as cabeças e decidem o que vão ser e consumir.

O primeiro Natal em isolamento e a perspectiva do veraneio recluso e solitário, já mostram  as mudanças.

Reflexos nos brinquedos que irão receber.

Jogos coletivos, em baixa. Brincadeiras que pedem parceiros, no esquecimento

Reforço maior para os introspectivos e eletrônicos.

Não é sem razão que o jogo de maior sucesso do momento é o Brawl Stars.

Aplicativo para ser jogado em smartphones, individualmente ou em configurações com jogadores remotos, formando duplas ou equipes de três.

Disputas online contra times que não se sabe nem onde ficam concentrados.

No game,  se escolhe um personagem, chamado brawler (brigão), de  variadas características pré-estabelecidas,  para  competirem  em diferentes arenas.

Lições que são logo assimiladas e aprendidas pelos  pequenos.

Na vida imaginária, o objetivo é sobreviver.

Passar de fase.

Contornar obstáculos.

Eliminar oponentes.

Acumular gemas de ouro.

Tornar-se um guerreiro cada vez melhor.

A vida real imita a de mentirinha nas mudam as táticas dos jogos.

No de carne e osso, a sobrevivência é também buscada para os mais  próximos e queridos.

Dificuldade, é como destruir a ameaça que não revela sua alma.

Logo, aprendem que nem todas as lutas são vencidas com manobras de ataque.

Que até conhecer com quem é a briga, o melhor é manter distância e evitar o contato.

O distanciamento para a proteção dos avós, de consequências inimagináveis, desde que vêm sendo alertados que mesmos de baixo risco ou imunes, são perigosos e potencialmente mortais.

E podem transmitir a doença mais terrível que já se ouviu falar.

Sentirão falta dos cúmplices parceiros nas peraltices e da liberdade permissiva em  regras abrandados dos que foram pais mais severos.

E culpa.