VICE-PRESIDENTE POR ACASO
O país pode até prescindir do seu presidente. Nunca do vice.
Desde o primeiro, o Marechal de Ferro.
Eleito com Deodoro, poucos meses depois, Floriano já era um brahma. O n° 1.
Há muito tempo já devia ter sido mandada para o espaço aquela conversa mofada que ninguém consegue lembrar o nome do segundo lugar, qualquer um que não seja o primeiro qualquer coisa.
O exemplo infalível, dos poucos que pisaram na lua, na ordem cronológica, ninguém escapa, mas revelou-se uma balela sideral.
Depois que Neil Armstrong empreendeu sua última viagem, o segundão Edwin Aldrin, quase aos 90, foi quem recebeu todas as homenagens pelos 50 anos da selênica (para outros, lunática) missão.
Desde a mais recente redemocratização, o estepe tem garantido a continuidade das sucessivas baldeações das viagens presidenciais brasileiras.
Até a próxima tragédia.
Apesar da tradição presidencialista, há quem fale em eliminar o cargo e em casos de impedimento, novas eleições.
A História registra presidentes afastados que não fizeram a menor falta.
E se não tivéssemos os VPs, quanta diferença…
No banco de suplentes, deve estar sempre alguém preparado para entrar em campo, mexer no time e virar o jogo.
Impensável, um técnico escalar um perna-de-pau qualquer, tendo ao seu lado, à beira do gramado um craque goleador, em plena forma, esquentando o banco.
Continuamos vivendo uma crise desnecessária e interminável, retroalimentada por quem menos se podia esperar, sem que os psiquiatras brasileiros considerem mais, mania persecutória, sintoma de psicopatia fanática.
Eleito a ferro de faca, com mais votos contra o adversário que a favor dele, o capitão-presidente não percebeu que tem sido o maior cabo eleitoral contra sua candidatura.
Pela mira desfocada do fuzil presidencial, a troca de generais como companheiros de chapa, vai fazer alguma diferença na contagem dos seus votos não auditáveis?
Ninguém chamou o Mourão. Ninguém o catucou por baixo.
Desta vez, o acaso não nos protegeu.
O fenômeno serendipity vai poder ser visto somente no sul do país.
Elegemos um vice-presidente figurativo em 2018, os gaúchos podem ganhar um baita de um senador em 2022..
Desejo um ótimo final de semana ao Dr. Domício e a toda sua família.