8 de maio de 2024
Política

VICE-PRESIDENTE POR ACASO

 

As corridas em Longchamp (1866) – Édouard Manet – Instituto de Arte de Chicago

O país pode até prescindir do seu presidente. Nunca do vice.

Desde o primeiro, o Marechal de Ferro.

Eleito com Deodoro, poucos meses depois, Floriano já era um brahma.  O n° 1.

Há muito tempo já devia ter sido mandada para o espaço aquela conversa mofada que ninguém consegue lembrar  o nome do segundo lugar, qualquer um que não seja o primeiro qualquer coisa.

O exemplo infalível, dos poucos que pisaram na lua, na ordem cronológica, ninguém escapa, mas revelou-se uma balela sideral.

Depois que Neil Armstrong empreendeu sua última viagem, o segundão Edwin Aldrin, quase aos 90,  foi quem recebeu todas as homenagens pelos 50 anos da selênica (para outros, lunática) missão.

Desde a mais recente redemocratização, o estepe tem garantido a continuidade das sucessivas baldeações das viagens presidenciais brasileiras.                              

Até a próxima tragédia.

Apesar da  tradição presidencialista, há quem fale em eliminar o cargo e em casos de impedimento, novas eleições.

A História registra presidentes afastados que não fizeram a menor falta.         

E se não tivéssemos os VPs, quanta diferença…       

No banco de suplentes, deve estar sempre alguém preparado para entrar em campo, mexer no time  e virar o jogo.

Impensável, um técnico escalar um perna-de-pau qualquer, tendo ao seu lado, à beira do gramado um craque goleador,  em plena forma, esquentando o banco.

Continuamos vivendo uma crise desnecessária e interminável, retroalimentada por quem menos se podia esperar, sem que os psiquiatras brasileiros considerem mais, mania persecutória, sintoma de psicopatia fanática.                                     

Eleito a ferro de faca, com mais votos contra o adversário que a favor dele, o capitão-presidente não percebeu que tem sido o maior cabo eleitoral contra sua candidatura.    

Pela  mira desfocada do fuzil presidencial, a troca de generais como companheiros de chapa, vai fazer alguma diferença na contagem dos seus votos não auditáveis?

Ninguém chamou o Mourão. Ninguém o catucou por baixo.

Desta vez, o acaso não nos protegeu.

O fenômeno serendipity vai poder ser visto somente no sul do país.

Elegemos um vice-presidente figurativo em 2018, os gaúchos  podem ganhar um baita de um senador em 2022..

Na corrida (1865 ) Édouard Manet – Galeria Nacional de Arte, Washington DC

 

One thought on “VICE-PRESIDENTE POR ACASO

  • Geraldo Batista de Araújo

    Desejo um ótimo final de semana ao Dr. Domício e a toda sua família.

    Resposta

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