É PROIBIDO ESTACIONAR NA CONTRAMÃO
O artigo com assinatura digital da governadora, na segunda página da edição dominical da Tribuna do Norte, não poderia ser mais preciso e adequado.
Na forma e no conteúdo.
Bem desenvolvido, sequência lógica, organizado, coerente, fiel ao tema. No Enem, tiraria nota 1000.
Com toda certeza.
Digno das penas e teclados dos competentes ghost-writeres dos dirigentes das mais importantes associações das classes produtoras, o título quase atingiu a perfeição: Na contramão do atraso.
Faltou somente o complemento adverbial para explicar como a infração de trânsito tem sido praticada.
Estacionada.
Aposentados e pensionistas comprovam a paralisia.
Nenhum avanço na regularização dos proventos foi alcançado.
É fazendo contas que o povo entende.
Em 300 dias, dez pagamentos.
Muita reunião, muita mesa branca, muita reza, muito catimbó e nenhum resgate das três folhas em atraso, recebidas como herança maldita.
Há mesmo motivo para estupefação de alguns. E de todos.
Acontecer logo com a companheira.
Primeira blá-blá-blá… de origem popular…
Passivo sedimentado mas não esquecido.
Até sindicalistas ficaram atônitos, alguns com os cabelos arrupiados, outros em chamas, com a ausência de qualquer alento ou esperança para a classe trabalhadora.
Apesar da preocupação externada com os impostos dos patrões que chega a ser comovente, não agradou a todos.
Nadica de nada sobre planos de navegação (nem o Mansueto), como se a nave dos insensatos não pudesse zarpar da sonífera ilha só porque um capitão comanda a frota.
Nenhuma pantim que vá privatizar empresas.
Água de beber, camará. Nem pensar.
O balanço das três centenas de dias, totalmente voltado para o empresariado, fica a merecer da mandatária, um complemento.
A ser publicado na Folha Operária.