3 de maio de 2024
Política

Bolsonaro diz que hacker está “fantasiando” em seu depoimento para CPMI

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta quinta-feira, 17, que o hacker Walter Delgatti está “fantasiando” em seu depoimento diante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do dia 8 de janeiro. As declarações foram dadas durante entrevista para Jovem Pan. 

Bolsonaro reconheceu ter se reunido com o hacker no Palácio da Alvorada, porém refutou partes do depoimento de Delgatti para a CPMI.

O ex-presidente também negou a existência de uma segunda conversa telefônica com Delgatti, na qual teria sido discutido um possível pedido para que o hacker assumisse a autoria de um grampo ao telefone do ministro Alexandre de Moraes. Delgatti mencionou essa conversa durante seu depoimento, porém, Bolsonaro nega que ela tenha ocorrido.

“Tem fantasia aí. Eu só encontrei com ele uma vez no café da manhã [na Alvorada], não falei com ele no telefone em momento algum. Como ele pode ter certeza de um grampo? Nós desconhecemos isso”, disse. 

De acordo com Bolsonaro, houve apenas um encontro entre ele e Delgatti para discutir assuntos relacionados às urnas eletrônicas. Durante essa reunião, o ex-presidente solicitou que o hacker conversasse com os militares que faziam parte da comissão eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Ele está inspirado hoje. Teve a reunião e eu mandei ele para o Ministério da Defesa para conversar com os técnicos. Ele esteve lá [no Alvorada e na Defesa] e morreu o assunto. Ele está voando completamente”, declarou. 

Em resposta às perguntas da relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA), Delgatti afirmou que teve um encontro com Zambelli em um carro enviado pela deputada, e durante esse encontro, ela teria feito uma ligação para Bolsonaro. 

Na sequencia, o hacker relatou que o ex-presidente teria solicitado que ele assumisse a responsabilidade por um suposto grampo ao ministro Alexandre de Moraes. 

Segundo Delgatti, Bolsonaro teria dito que, uma vez que ele já havia sido responsável pelo caso da “Vaza Jato”, a esquerda “não poderia questionar” – o que justificaria a ideia de assumir a autoria do suposto grampo ao ministro.

Fonte: Terra