Editorial: Robinson ganha uma oposição

Após 16 meses como Governador, eis que Robinson Faria (PSD) ganha como oposição quem foi fundamental para a viabilização de sua candidatura ao Governo do Estado em 2014, bem como para a sua vitória, inclusive com a participação do ex-presidente Lula. É uma oposição que sabe desempenhar bem o seu papel e possui poder de mobilização junto aos sindicatos e classes representativas dos trabalhadores estaduais: o PT.

A aliança entre Robinson e o PT já vinha fragilizada, a partir do momento em que a senadora Fátima Bezerra decidiu entregar o único cargo que indicou para o Governo, na época a Fundação José Augusto (FJA), ocupada por Rodrigo Bico. Porém a aliança estadual – que seguia uma nacional – entre PT e PSD, seguiu em frente, sob a liderança do deputado estadual Fernando Mineiro, que exerceu até o início de 2015, o papel de líder do Governo Robinson.

Mineiro e seu seguimento interno do PT ocupava de porteira fechada as Secretarias Estaduais de Educação, da Reforma Agrária, da Juventude e da Mulher, além das Presidências da EMATER e da Fundação José Augusto, onde o ativista Crispiniano Neto substituiu Rodrigo Bico. Cargos de segundo escalão também tinham o DNA do PT de Mineiro em outros pastas comandadas por outros partidos.

Sem entrar no mérito de suas escolhas, nem ideologias, é preciso reconhecer que o PT é um partido desprendido de cargos e de poder. À porta de um processo de impeachment da Presidenta Dilma (PT), o Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Norte, unido, entregou todos os cargos do Governo Robinson.

De agora em diante, a tarefa árdua não será da senadora Fátima, que é a maior liderança do partido no Estado, mas sim do deputado Fernando Mineiro, que perdeu o discurso de oposição entoado sempre na Assembleia. Muitas vezes, Mineiro não pôde defender com altivez os funcionários públicos estaduais, em virtude do seu papel de líder governista, perdendo também o lugar para o seu colega Kelps Lima (SDD), que ocupou bem o espaço.

Fato é que, em poucos dias, o PT já mostra como será sua oposição. O maior exemplo foi o post ontem (17) no twitter, feito pelo vereador Hugo Manso, que tinha a mulher como ocupante da Secretaria Extraordinária da Mulher.

A guerra começou.