1 de maio de 2024
Política

Folha de São Paulo diz que Robinson Faria é ‘espanta-empresário’ ao propor aumento de impostos no RN

Da Folha de São Paulo

Então candidato à reeleição no Rio, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) garantiu que não teria aumento do IPVA. Em evento da Federação de Comércio do Estado, em agosto de 2014, ele disse: “Eu não vou ser irresponsável de prometer o que não vou poder cumprir”.

Pouco mais de um ano depois, em outubro, ele sancionou a lei que sobe a alíquota do imposto para veículos. Para carros flex, por exemplo, passou de 3% para 4%.

Como Pezão, ao menos seis outros governadores tomaram, em menos de um ano, decisões opostas aos compromissos feitos durante a campanha eleitoral, sob a justificativa de melhorar o caixa do Estado em ano de recessão.

No caso de Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), a mudança de posição foi rápida: no segundo dia de mandato, o governador anunciou cortes, inclusive com congelamento da renovação dos contratos com prestadores de serviços terceirizados por 120 dias.

Na campanha, para conquistar o voto dos terceirizados, Rollemberg havia gravado vídeo em que dizia que o número desses trabalhadores não diminuiria.

“Hoje, nos setores onde trabalhavam quatro pessoas, agora trabalham duas ou três”, diz Antônio de Pádua, um dos diretores do sindicato que representa a categoria no Distrito Federal.

O governo informou que, em setembro, pediu que as secretarias reduzissem 25% de custeio e de valores dos contratos corporativos.

Já o governador pernambucano Paulo Câmara (PSB) tinha como proposta uma tarifa de bilhete único para a Grande Recife de R$ 2,15, mas reajustou o valor das linhas antes de completar 15 dias no governo. A principal, do Anel A, passou a custar R$ 2,45.

Três outros governadores enviaram “tarifaços” às Assembleias Legislativas para compensar a queda de arrecadação. Em Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) prometeu reduzir o ICMS sobre energia elétrica, mas incluiu no pacote fiscal um aumento de 18% para 25% nos estabelecimentos comerciais.

‘ESPANTA-EMPRESÁRIO’

Nas eleições, Robinson Faria (PSD-RN) encampava um discurso contra aumento de tributação e dizia que, se fizesse isso, espantaria investidores. Em setembro, pediu ao Legislativo estadual que aprovasse aumentos do ICMS e ITIV -imposto que incide sobre heranças.

“O problema é que ele não mandou a nós uma medida sequer de enxugamento e modernização. Zero. Só sacou o dinheiro do fundo previdenciário e mandou um pacote de impostos”, critica o deputado de oposição Kelps Lima (SD). Em resposta, o governo diz que economizou mais de R$ 218 milhões com custeio em relação ao ano passado.

No Rio Grande do Sul, uma série de elevações de tributos enviada pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) à Assembleia foi aprovada em meio a protestos de servidores públicos. Ele também afirmava nas eleições que não haveria aumentos.

Em Goiás, Marconi Perillo (PSDB) tentou ganhar o seu quarto mandato como governador do Estado com a promessa de que a distribuidora de eletricidade Celg D continuaria a ter participação do governo do Estado, mesmo que ele pretendesse transferir a maior parte das ações e o controle para a Eletrobras.

O governo ficou com 49% da empresa. Porém, tanto a participação da Eletrobras quanto a do governo goiano na Celg estão previstas para serem vendidas em leilão.