1 de maio de 2024
Cotidiano

RN tem mais de 500 olhos à espera por transplante de córnea

Doenças da córnea são a quarta principal causa de cegueira no mundo. Isso significa dizer que 12% dos casos de cegueira no mundo se dá por problemas relacionados à córnea. Destas, a grande maioria poderia ser solucionada com a realização do transplante de córnea. No entanto, vários entraves dificultam este processo.

Atualmente, no Rio Grande do Norte o tempo médio de espera para conseguir um transplante de córnea é de 1 ano e 7 meses. De acordo com dados de março do corrente ano, quase 500 famílias esperam na fila. Em todo o Estado, apenas em Natal e Parnamirim se realiza tal cirurgia e há poucos centros habilitados no sistema suplementar de saúde. Porém, o maior entrave é a limitação do tecido corneano.

A solução mais viável é, segundo o presidente da Sociedade de Oftalmologia do Rio Grande do Norte, Anderson Martins, a implementação de captação de tecido corneano por meio de instituições privadas habilitadas. “Infelizmente, temos uma grande limitação na captação do tecido. Este é o principal fator limitante que temos hoje. Não há centro privado que faça essa captação atualmente. Existem hospitais privados habilitados para este serviço, no entanto, ‘paramos’ na falta de convênio entre o Estado e o centro. E isso poderia ser resolvido facilmento, uma vez que esse convênio não teria custos para o Estado, pois são verbas federais do recurso do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC). Então, muitas vezes, perdem-se doadores por este problema”, explica o oftalmologista especialista em córnea, crescentando que os centros transplantadores estão com equipes ociosas por falta de córneas.

O Hospital de Olhos de Parnamirim é habilitado à realização de transplantes de córnea e também à sua captação. Com a infraestrutura que possui hoje, o HOP possui condições de realizar os procedimentos de ações, retirada e entrevista familiar, bem como de avaliação do doador, enquanto o atual banco de olhos vinculado ao Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) faria os procedimentos relativos ao processamento e sorologias para encaminhamento do tecido para transplante.