A aposta no garantismo é carta de seguro do Presidente
O artigo de Reinaldo Azevedo na Folha desta sexta-feira é polêmico, como ele, analítico e profético. Como costuma ser também.
É uma voz dissonante dos colegas da imprensa nacional, que oraram por jogar pedra no ministro Kássio Nunes, indicado para o Supremo Tribunal Federal.
O articulista expõe as razões da opção do presidente Jair Bolsonaro em optar por uma magistrado com perfil “garantiste”. Ou seja, é além filiado à doutrina criada por Luigi Ferrajoli que tem postura e decisões baseada nos direitos mais amplos do cidadão, respeitando as garantias constitucionais sem atropelos ou punitivismo antecipado.
A escolha do presidente seria uma carta de seguro sobre o que poderia lhe acontecer … amanhã.
E isso nada tem a ver com o Centrão, pressão ou pedidos de novos amigos. Tem a ver com a experiência recente naturalmente projetada . É história. É real.
Conclui Reinaldo:
O presidente escolher garantistas para o STF não o preserva necessariamente de seus eventuais crimes, mas pode significar, ao menos, o direito ao devido processo legal, coisa negada a Lula e a Witzel.
Desde a “Ilíada”, convém que o poderoso veja como exemplo, advertência e vaticínio o destino de seus adversários. “Bolsonaro nem sabe o que é ‘Ilíada’, Reinaldo”. Não faz diferença. Basta que intua.