A BATALHA FINAL
Depois do maior escândalo de corrupção nunca antes registrado (e visto) na História deste país e em plena pandemia, não se poderia esperar uma notícia tão bombástica.
Ninguém ficará fora da próxima eleição.
A lembrança da profecia do Armagedom deslocou a manchete do número recordes de mortes em um único dia, para os cantos de página de todos os jornais.
Mesmo se tivessem acontecido as quedas de sete aviões lotados de passageiros (o que vem somando, diariamente, há duas semanas), o anúncio da decisão judicial causaria o mesmo impacto.
A canetada do sacerdote supremo que prevaleceu às de todos os outros doutores das leis é o sinal que o maior de todos os embates está mesmo prestes a acontecer.
A bomba que estourou nas redes sociais operou o milagre da divisão instantânea das águas que andavam turvas e tumultuadas.
Misturadas, derramavam-se fora dos cursos, como se esperassem alguém para drená-las em direção a alguma represa que ajudasse o povo a viver melhor.
Agora, voltam as definições primárias.
O que é pedra, o que é pau.
Contra ou a favor, sem lugar para espectadores em cima do muro.
Sem intermediários, sem postes, sem postos de combustíveis.
Quem esperava o aparecimento de algum novo messias ou salvador da pátria já fica sabendo que o confronto derradeiro será entre as tropas dos dois velhos comandantes. Nenhum inocente e puro.
Guardem a data.
02/10/2022.
Até lá, muitas batalhas e lutas serão travadas. Nas ruas, mídias sociais e nos tribunais.
Famílias que ainda choram as perdas dos mais queridos, ameaçadas de viverem as mesmas cismas de três anos atrás.
O exército real, composto por mercenários estará pronto e coeso.
Se não faltar munição. Nem verbas, nem cargos comissionados.
Para manter as posições, o regente da vez conta com o apoio dos gentios e no fascínio que as moedas dos auxílios emergenciais exercem sobre eles.
Como desafiante, o general que mais disputou torneios eleitorais, volta com o apoio do fiel exército que sobreviveu às mais agourentas previsões dos cientistas políticos.
Bandeiras e camisetas vermelhas ao sol, quando perderem o cheiro de guardado e da naftalina, estarão enchendo as praças e universidades.
A ração de sanduíches de mortadela começa a ser estocada pra quando os decretos de lockdown permitirem, alimentar caravanas da cidadania pelas terras dos sertões, reacendendo as chamas das paixões e as esperanças da retomada do poder.
Os sinais estão escritos no livro do Apocalipse:
“Cairá do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha. O diabo não é fácil de ser batido e conseguirá se libertar e voltar para a batalha final”.
Do outro lado, “personagens igualmente assustadores, como quatro cavaleiros espalhando fome, guerras e peste.”
Estudiosos das escrituras tentam desvendar os mistérios.
Falam de um coiso, uma besta-fera que acompanhada dos seus três garotos, espalha discórdia e fakenews.
E de um falso Brahma, aquele que diz ter tudo criado e que nada havia antes dele.
Que os orixás salvem o Brasil.
O quinto selo do Apocalipse El Greco (1542-1614)
A charge de hoje na Tribuna do Norte ilustra muito bem o se artigo. Vamos aguarda os próximos ¨Testículos¨.
A batalha será violenta.
Quem sobreviver à pandemia verá.