1 de maio de 2024
CoronavírusSaúde

A LUTA CONTÍNUA

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A saída da fase mais crítica da pandemia tem mostrado, pelo menos para algumas categorias funcionais, que tudo vai voltar ao velho normal.

O reconhecimento pelo trabalho, esforço e sacrifício dos profissionais de saúde vai ficar somente em palavras de gratidão.

Não houve nenhuma ação consistente para melhoria salarial nem nas reais condições de trabalho.

Os grandes investimentos no setor não foram além de equipamentos, incluídos os de proteção individual, os que mais falharam.

Mais uma vez as questões fundamentais, como pisos salariais e ajustes nas jornadas de trabalho ficam para depois. Que a crise, e a próxima crise, passarem.

Até o Tribunal de Contas continua insistindo em cortar gratificações de insalubridade de quem vem se aposentando.

Ainda é preciso provar que a atividade é de risco?


(Publicação original em 22/09/2019)


A CLASSE TRABALHADORA  VAI AO PARAÍSO

Parecida com as que anunciam feijoada-dançante ou roda de pagode, a faixa na porta do hospital é de não se acreditar.

O sindicato lembra a quem chega e sai do trabalho que toda sexta-feira é dia de folga.

Como foi possível que a tão sonhada redução da jornada tenha sido aprovada, sem registro na mídia nem repercussão nas redes sociais?

Deve ser uma daquelas situações que vira e mexe alguém encaminha pelo zap: Isso a Globo não mostra. Nem a Record.

Uma segunda leitura esclarece tudo.

A turma engajada parece ter aprendido a colocar os pontos nos iis e os ss nos seus devidos lugares.

Paralização com esse, programada, autorizada, periódica e organizada.

Agora, toda semana, um feriado e um fds daqueles. Enforcado e prolongado.

Não é que se tenha atingido a tão sonhada redução da carga horária. Trata-se de uma nova e original forma de se trabalhar menos.  Ganhando a mesma merreca de sempre.

E valorizar um baita argumento.

Mais tempo para quem sempre cuidou dos outros, se cuidar.

Não tem preço.

Os sindicalistas fingem que fazem greve e o governo nem precisa fingir nada.

E sobre aquelas três folhas dentro, tudo que pedem é um calendário.

Até que enfim, foram ouvidas as velhas palavras de ordem, reprimidas e caladas por tantos anos, em tantas lutas, às custas de baionetas, cassetetes e gás lacrimogêneo.

Não à repressão!

Estamos bem longe dos trabalhadores alemães com suas 35 horas semanais.

E menos perto do paraíso sueco.

O país nórdico começou, em 2015, a testar a redução da carga horária, de 8 para 6 horas diárias, sem redução de salário.

Os resultados não demoraram  a aparecer.

Registros de redução de faltas, aumento da  produtividade e melhora da saúde dos empregados.

Pensava-se que a diminuição dos dias trabalhados implicaria na  contratação de  mais funcionários.

Não foi o que aconteceu.

Todos passaram a desempenhar suas funções de modo eficiente. Menos fazendo mais.

Na França já ultrapassaram os relógios-de-ponto. Os gilets jaunes só estão preocupados com  emissões de carbono e no aumento dos impostos para os endinheirados e quem ainda usa energia de origem fóssil.

Nove meses não foi tempo suficiente para a gestação de uma proposta para um sistema parecido nos trópicos potiguares.

E não foi por falta de reuniões.

A primeira governadora de origem popular e o primeiro governo do partido dos operários não deflagraram esta bandeira. Nem se empenharam nas batalhas da  reforma trabalhista.

Perderam a fórmula que calculava a recomposição dos salários.

Esqueceram como se pede a reposição das perdas acumuladas em sucessivos governos burgueses.

Desaprenderam a gritar quero meu atrasado, já! Ninguém lembra mais de outros benefícios.

Muito menos da equiparação com os demais poderes.

Ainda bem que os velhos slogans sempre insistem em voltar.

A luta continua.

O povo unido, jamais…..

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