A MALDIÇÃO DOS RELATORES
Há dois anos, um relatório de CPI causou milhares de vezes mais polêmica que o arremedo de investigação sobre os atos praticados em 8 de janeiro, há poucos dias divulgado e já em processo de esquecimento.
Desta vez foram indiciados manicures e oficiais de altas patentes.
Da outra, bastava ser adversário na eleição que se avizinhava.
Daquela vez e neste mesmo pequeno expediente de Território Livre foi simulada uma arguição ao CuPinXa, digo, relator de então:
Com todo respeito que o excelentíssimo senador não havia tido com a maioria dos interrogados, era tempo dele responder ao que não tinha ainda sido perguntado pela mídia ex-investigativa, esquecida, consorciada, e de novo, amiga:
Senhor relator,
Advirto Vossa Excelência, logo no início desta oitiva, o compromisso de falar a verdade.
E se não o fizer, será decretada sua imediata prisão simbólica.
As respostas devem ser objetivas.
Sim ou Não.
O senhor era a melhor pessoa, a mais isenta, para conduzir as investigações?
Um passado de denúncias nunca explicadas, não seria suficiente para inibí-lo?
O ilustre tribuno, durante todo este tempo, esteve procurando algo mais que o mesmo culpado, já identificado antes da primeira audiência, à sombra do placar antecipado de 7X4?
Era ele, não?
Sua desenvoltura no interrogatório dos trambiqueiros, o ponto alto da sua performance, mostrou que o ‘modus operandi’ lhe é familiar.
Nos seus muitos anos de parlamento, nas duas casas legislativas, o senhor já teve contatos com lobistas?
Conhece os picaretas que circulam pelos corredores e labirintos do poder, pedindo força para aprovação de projetos, ou encaminhamentos para o birô certo, em algum ministério?
Já recebeu ajuda dessa gente que o senhor agora classifica de execrável, nas suas campanhas eleitorais?
O senhor não acha que a maneira como somava os mortos no display que substituía seu nome na mesa de inquisição, parecia torcida em busca de um recorde, como se as estatísticas norte-americanas pudessem ser ultrapassadas na próxima curva ascendente?
Laranja, para o senhor, é só uma fruta a ser chupada até o bagaço?
O tratamento às médicas depoentes não deveria ter sido semelhante, ao dispensado a outras mulheres, com a generosidade que tem, por exemplo, uma empresa de um amigo, do amigo, do amigo?
Quando o senhor recusou fazer perguntas a médicos que estiveram na linha de frente do combate à pandemia, o senhor não foi o verdadeiro negacionista?
O senhor acha que os médicos fazem o quê nos hospitais, além de entubar os pacientes seguindo a orientação de autoridades sanitárias e jornalistas para esperarem o começo da falta de ar?
Quantos morreram por conta disto?
Por que seus familiares não foram ouvidos?
Quantos pacientes não tiveram a sorte de encontrar uma vaga em UTI, nem os 300 respiradores fantasmas, e faleceram, respirando o ar ambiente de uma enfermaria de UPA?
O senhor sabe explicar como remédios que “não têm comprovação científica e não servem para nada” podem ser responsabilizados pelas mortes que o senhor denuncia com tanta convicção?
Qual tratamento médico deve ser dado aos pacientes que mesmo vacinados, contraem a doença?
Se proibidos aos primeiros sintomas, na fase inicial, precoce, da doença, então devem ser sempre, os cuidados, tardios?
Dipirona tem comprovação científica contra o vírus Sars-Cov-2?
O senhor sabe que é droga proibida nos Estados Unidos da América?
Por que a anunciada convocação da ex do ex-presidente foi abortada? Pra não falar de corda em casa de enforcadores?
Pelo menos, confirme esta última informação e ajude o país a conhecer o maior de todos os xxxxxxx (o leitor completa com o substantivo que achar mais adequado) deste país.
Foi só pura malandragem, dizer que não entende de ‘creptomoedas’, nem investe em ‘betcóios’, não foi?