28 de abril de 2024
CoronavírusMemória

A VERDADE DE NIZAN

A túnica de José (1630) – Diego Velázquez – Monastério  de São Lourenço, El Escorial, Madri


Há quatro anos, no início da pandemia, o empreendedor (assim se apresentava o publicitário)
Nizan Guanaes abriu a alma e a caixa de medos.

Na angústia para saber o que o vírus poderia causar a  ele e todas os outros moradores de sua aldeia global, não culpou ninguém. Mas, aflito,  compartilhou dúvidas.

Se algumas informações mais sombrias não estariam  sendo  escondidas dos agoniados mortais, pelos líderes das maiores potências.

Mesmo levando em conta que quem detinha a guarda do big stick sabia que se entrasse na guerra não adiantariam bravatas, porta-aviões ao largo nem mísseis apontados para lugar nenhum, e talvez por isso, não tenha feito outra coisa a não ser menosprezar o adversário invisível, como se fosse um democrata com o rabo preso na Ucrânia.

Havia sinais que o bode era muito grande para ser escondido debaixo dos tapetes e por trás das cortinas dos suntuosos palácios, incluída a Cidade Proibida.

Na China, as  providências tomadas foram, a princípio, tidas como exageradas.

De uma cidade maior que São Paulo,  Wuhan, isolada em quarentena, não se  tinha  notícia desde  os tempos da grande guerra.

O modelo adotado onde explodiu a contaminação incontrolável, em um mês já começava a ser seguido em um terço do território, para logo, paralisar de vez, toda a Itália.

A primeira ministra da Alemanha, pais que enfrentava os primeiros 1100 casos sem nenhuma morte, anunciou que os cientistas germânicos previam que mais de 70% da população seria de alguma forma, em algum tempo, afetada pelo Covid-19.

Aqui mesmo no Brasil, com as dispensáveis referências às deficiências materiais e cognitivas, foram tomadas atitudes que demonstraram seriedade e vontade de não usar panos quentes,  como se estivéssemos a tratar de resfriado qualquer,  que não resiste à simples mezinha dos tempos da vovó.

O repatriamento de todos os brasileiros que quiseram deixar a região contaminada e o posterior período de isolamento em unidade militar, foi didático e exemplar.

A imprensa noticiava com volume e qualidade. Sem restrições. Nem reclamações.

A mídia não economizava espaço.

Para um histórico de 11 milhões de citações para o Ebola e 40 milhões para o HIV, o Covid-19 já passava de 1,1 bilhões.

O Presidente Bolsonaro foi duramente  criticado por não comandar pessoalmente a guerra da comunicação.

Melhor.
Muito melhor.                                                               Que tivesse continuado assim.

Por não falar sobre o que não entendia.                    

Por não agravar mais uma situação de crise,                teria merecido reconhecimento..

E se a mudez tivesse comprometido também seu lado economista, estaríamos somente preocupados com  o outro, meio louco.

Que de médico ele já disse e repetiu, não tinha nem um pouco.

Daquela vez os cientistas não poderiam reclamar de falta de recursos.                                             

Verbas com números estratosféricos estavam sendo disponibilizadas pelos organismos econômicos para a descoberta de uma vacina capaz de deter a expansão e sobretudo, a volta da doença em anos vindouros.

Um certo alemão, o primeiro a usar o rádio (antes de de Sir Winston) para doutrinação política, Joseph G., já havia dito nos anos 30:

Haverá um dia quando todas as mentiras cairão com seu próprio peso, e a verdade triunfará de novo.
A verdade sempre será mais forte que a mentira.

Mas ainda há quem discorde.

Apolo na forja de Volcano (1630) – Diego Velázquez – Museu do Prado, Madri

(Com atualizações temporais, este texto foi publicado em 12/03/2020)

Apolo na forja de Volcano (1630) – Diego Velázquez – Museu do Prado, Madri

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