12 de maio de 2024
Coronavírus

RACHADINHA NA PANDEMIA

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Fora dos gráficos e das curvas, do plateau, dá pra ver. Há vida do outro lado da calçada.

Preguiçosa. Sem movimento nem barulho.

Pouco cocô de cachorro e nenhum carrinho de bebê.

Isolaram o cavaco chinês e liberaram o picolé caseiro de Caicó.

Amolador de facas, engraxate, consertador de fogão, vendedor de espanador (e de rede), esses já não apareciam, há muito tempo.

Na TV, mostram que os camelôs não desistem. Sem ter pra quem gritar, estão curados da rouquidão.

Seguem os desencontros.

Lojas que vendem malas, abrindo as portas e agências de viagens, sem destinos a conhecer.

Governo mandando o povo ficar em casa e distribuindo dinheiro nas portas dos bancos.

A volta ao novo normal virá.

Um dia.

Depois do Mandetta. Depois de outro  joão-sem-braço qualquer.

Ela vem.

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É só um desses profetas que adivinham chuva dizer que o pico inalcançável finalmente achatou. Passada  a curva, continuaremos ladeira a baixo. Na  mesma trajetória e destino que não mudam nem à força das reformas e chá de  otimismo.

Mal comparando, quem prende e arrebenta vai ter que fazer uma volta à normalidade, lenta e gradual.

Atrasados até no fuso coronaviral,  não custa assuntar o que os outros andam fazendo e dar uns toques pro capitão-presidente ponderar.

Se é que este verbo tem conjugação,  em pessoa tão singular.

Donald, o pato, desta vez não serve de imitação. Só agora, depois de mais um título de primeiro do mundo, sem nunca ter usado máscara de super-herói, começou a  admitir, lavar as mãos. Quer deixar tudo na conta dos governadores.
Aqui, cartada sem chances. Os melés do naipe de
Witzel e Dória já foram descartados, bem antes do jogo vulnerar.
Os outros estão todos no morto.

O turco, colega de curso de boas maneiras, desta vez não vai servir de modelo. Prendeu tanta gente na horizontal que não sobra ninguém pra verticalizar.

A Europa quase entreabre depois  que a pandemia arrefeceu um pouco.

De novo, o louco inglês bagunçou o entendimento no clube de elite.                                           

De tanto selfie e tapinha nas costas, foi parar na UTI.

Agora é esperar, zerar a quarentena pra recomeçar a contar os dias. E torcer pra  nenhum outro bispo ou torre cair diante da rainha coroada.

Da Colômbia, de onde trouxeram as soluções para  os problemas de segurança, pode vir  também a fórmula libertadora das Américas. Mesmo que precise de adaptações.

Em Cartagena, as pessoas podem sair para atividades essenciais.

Com etiqueta.
Primeiro as damas.

Com ordem.
Um dia, os cavalheiros; no outro, as madames.

Aqui, com tantos credos e denominações sexuais, os sete dias da semana seriam poucos.

O jeito  é separar por quinzena.

O mês dividido ao meio. Como uma pizza.

Mezzo mortadela, mezzo coxinha.

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