AINDA TEREMOS MOURÃO
As urnas, auditáveis, anuláveis ou não, sempre trazem emoções e surpresas.
Quando descartou a possibilidade de marcharem juntos na ordem unida do pleito eleitoral que se aproximava, o capitão ordenou para o general, sair de forma.
Ocupando decorativa posição de descanso há tempos, com uma ou outra missão periférica, muito aquém da capacidade, o vice-presidente foi o primeiro barrado na parada que só estava começando.
A transgressão disciplinar da qual foi acusado, é a constatação que o advérbio de intensidade usado, havia sido mal empregado.
Se tivesse atrapalhado mais, melhor teria sido.
Os reservas que já foram eleitos em escrutínios independentes, perderam com o vínculo do voto, o direito de fazer a conta de quantos escolheram seus nomes nas urnas.
Apesar do mantra vice é vice, nossa História tem registrado que o cargo subalterno não é desprezível.
Tem natureza e nobre serventia.
O país pode até prescindir do seu presidente, nunca do vice.
Tem sido assim, desde o primeiro, o marechal de ferro.
Eleito com Deodoro, poucos meses depois, Floriano já era brahma, o número 1.
A contar da mais recente redemocratização, o estepe tem garantido a continuidade das sucessivas baldeações.
Até a próxima tragédia, se Alckmin não fugir da regra.
Tem quem fale em eliminar o cargo e em casos de impedimento, novas eleições.
A tradição presidencialista não é esta.
Os anais registram presidentes afastados que não fizeram falta alguma.
No banco de suplentes, é bom ter sempre alguém preparado para entrar em campo, mexer no time e virar o jogo.
Quando a poeira e as curvas de contaminação baixaram, continuamos vivendo uma crise desnecessária atrás da outra, esperando que o radicalismo da campanha eleitoral apagasse o passado.
Há quatro anos, eleito a ferro de faca, quis o desígnio que nenhum dos convidados, entre políticos insignificantes, tivesse aceitado compor a chapa azarão vencedora.
Serendipity.
O acaso protegeu Jair.
Mourão não teria agora, que fazer estágio de senador, antes de assumir o cargo para o qual está pronto, preparado e fadado.
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“A dor é a única verdade que o homem arrancou da provação da vida.
A alegria não faz ninguém feliz, é apenas um relâmpago.
O homem só é feliz quando pratica a caridade, o amor ao próximo.
É pela dor que a gente sente que está vivo.”
(Ado Malagoli)