ANARCOCAPITALISTAS, GRAÇAS A DEUS
Quem vive reclamando da ineficiência do estado, opta pelo ensino privado para os filhos, confia a saúde a planos e seguradoras, tem um arsenal defensivo em volta da casa, acha que paga muito imposto para poucos e insatisfatórios serviços, pode ser e não sabe.
Um tremendo de um anarcocapitalista.
Quem acha que não haverá vida econômica nem estrada depois do último Posto Ipiranga, precisa rever conceitos, abrir portas, janelas e a mente, para o que vem por aí.
Os avanços tecnológicos e a expansão sem controle das redes de comunicação estão promovendo, fora da interferência dos governos, as mudanças que os tempos exigem.
Fronteiras ainda resistem, só não se sabe por quanto tempo. A pandemia tem aplainado as diferenças.
Muros, barreiras, fossos e guarda armada foram insuficientes para conter o tsunami de gente que queria invadir praias mais balneáveis.
Agora, a invasão é sorrateira.
Sem campos de refugiados, sem hordas seguindo pelas estradas.
Entraves alfandegários são vencidos facilmente pelo e-commerce.
A telinha é vitrine e vendedora.
Pagamentos acertados diretamente com o fabricante, não importa onde esteja.
Entrega na sua casa, por quem fizer mais rápido e barato. Fardado de azul e amarelo, ou não.
Moeda universal, sem papel, metal nem nome; escondida e guardada sob a única proteção da senha individual.
Notícias sem carimbos nihil obstat, nem monopólio de magnatas.
Opiniões sedimentadas nas redes sociais pelos novos escravos robotizados das redações domésticas.
O direito à propriedade protegido no reconhecimento do que foi construído com esforço pessoal, ganho por herança ou recebido em doação.
Respeito ao que o outro construiu, herdou ou que lhe foi dado de bom grado.
Quem não vem pensando que o gigantismo estatal é a principal fonte de privilégios e corrupção, que guarde a primeira pedra no embornal.
Um dia haverá de precisar.
Pela livre iniciativa, como base da sociedade mais produtiva, alguém é contra?
Livre associação e interesses comuns, para gerar riquezas e as dividir como quiserem.
Quem nunca pensou no direito de cada pessoa aos frutos de seu trabalho, independente de sua necessidade ou a de outros?
Somente os que querem distribuir com os que mantêm sob domínio, por meio da força, violência ou impostos, o que não produziram.
O capitalismo triunfou.
O futuro será anárquico.
E o mundo, caótico.
Anarcocapitalistas, uni-vos!
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(Este texto é uma renovação de fé ideológica, publicado quando, entre dois infernos, não há purgatório. Nem terceira via)
Como aprendiz de cronista vc é muito bom. Não seria aprendi de escritor. Vc é um escritor. Quem escolhe as ilustrações tem muita sensibilidade. Fica difícil para vc, eu e outras pessoas viver num País que vem primando pela estupidez. Um abraço.