28 de abril de 2024
Bolsonaro

AS FÉRIAS DO CAPITÃO

Barcos na praia de Saintes-Maries-de-la-Mer (1888) – Vincent van Gogh – Museu Hermitage, São Petersburgo


Enfim, depois de cinco  anos de estresse, é tempo de merecidas férias.

Que ninguém é de ferro.

Que nenhum outro supremo mandatário pode prescindir delas e acumular, para juntá-las com a aposentadoria compulsória, por idade ou escassez de votos.

O psicológico é que paga a conta.                          Dona Michelle que o diga.

O ano chegando ao fim, e a lembrança, que parece que foi ontem que enxergava pela janela, os caminhões de mudanças abrindo caminho na multidão insone.

É dureza.

Planos para o verão que sempre vem quente, de rachar quengo, e tantas ameaças, fora das quatro linhas.

A pescaria, na área de preservação de Angra dos Reis, estará garantida?

A gasguita da ministra, sem quase nada pra fazer, vai querer aparecer com um auto de infração.

Pode até sair outro processo, que de cabeça careca de juiz,  nunca se sabe o que sai.

O amigo de fé, irmão camarada e companheiro de haliêutica,  desaparecido até nas urnas eletrônicas, deve saber de outro pesqueiro tão bom.

Viajar, com o dólar a cinco paus, nem pensar.

É o que o Guedes sempre  dizia.

Ainda mais com essa fama que insistem em  espalhar por aí.

Até os antigos companheiros que foram eleitos só porque se passaram por patriotas,  olhando atravessado, como se o Leonardo di Caprio estivesse coberto de razão.

O galegão Trump, mais enrolado que fumo de Arapiraca, não vai ter tempo para requififes, preso que está em Mar-a-Lago, a poucas léguas de Guantánamo.

Do outro lado do mar, nem pensar.

Os portugas, aqueles comunistas ainda não soltaram o osso e o le monsieur, nunca vai esquecer os comentários do ministro mal-educado – cujo nome ninguém mais lembra – sobre sua patroa.

N’oublie pas.

Não tem muito mais para onde ir.

A Argentina, depois do flash  da  posse, Milei não vai ter mesmo tempo,  com tanta reforma pra fazer.

Até dar uma de  desenturmado e procurar reatar os laços de velhas amizades, está complicado.

Do Mourão, Pazuello, Tarcísio e Salles, de emprego novo, não virá a força pra enfrentar o ócio.

O Moro nunca foi muito entrosado, mesmo. E na corda bamba é que não dá pra contar com ele, nem se baixar em Maringá.

Até as meninas, Tereza e Damares, não ficam mais na pista.

Resta o Marinho pra  organizar a pescaria naquele açude, pras bandas de  Jucurutu que visitaram tantas vezes juntos.

Será que o Valdemar libera?

 

Barcos de Pesca ao Mar (1888) – Vincent van Gogh – Museu Van Gogh,Amsterdã, Países Baixos


(Ideia do arcabouço original do texto, publicada em 6/12/19)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *