2 de maio de 2024
Coronavírus

ASAS DA NOVA LIBERDADE

 

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A Psicologia ainda não atentou para um comportamento que vem se repetindo, em silêncio, a merecer estudos mais atentos.

Um conjunto de sinais que pode  ser considerado sindrômico, repetido por pessoas em diferentes e longínquos lugares, culturas diversas.

A chegada da vacina redentora sela o diagnóstico.

A Síndrome da Gaiola Aberta é mais abrangente que a Dourada. Da acomodação, conforto, rotina e inércia, causa frequente de feminicídio.

A princípio, a contragosto, obrigadas a seguir decretos das autoridades sanitárias, as pessoas de ambos e demais sexos,  tiveram de ficar mais tempo em casa.

A conscientização e o medo do perigo dispensam as muitas reedições e prorrogações das medidas restritivas.

O tempo e as notícias de agravamento da pandemia formam hábitos e quem sabe, uma cultura de distanciamento social não esteja em criação?

Seremos conhecidos como a geração dos ermitões digitais.

O isolamento social trouxe novas formas de  relacionamentos.

Milhares de amigos virtuais.  Seguidores e seguidos, às pencas.

Encontros, em plataformas virtuais.

Toda forma de amar, à distância.

Juras, em emojis ao pé do ouvido.

Lares transformados em escritórios, fábricas, consultório, cinemas, oficinas, teatros.

Preces nas catedrais de led. O divino, no silêncio da sala de estar, em telonas de 55 polegadas.

Academia de ginástica no lugar do sofá.

Museus visitados em tours eletrônicas.

Cidades maravilhosas vistas do alto pelas lentes e fibras da TV a cabo

A mesa no alpendre, sinal de jantar especial, à luz de velas.

Finalmente, a chance de experimentar o verdadeiro sabor caseiro, no almoço de domingo. E a saudade que bate do tempero do restaurante de fast food que fechou as portas e talvez não volte a abrir.

A imunização e seus percentuais de proteção deveriam reverter este quadro mas não é o que se observa.

Entre os grupos prioritários, o fenômeno tem se repetido.

A carta de alforria que libertaria as pessoas idosas para tudo que vinha sendo negado, não tem se mostrado o tão esperado passaporte para a terra do que era antes.

No começo, o argumento que a segunda dose seria o carimbo libertador.

Depois, um tempo para formação de anticorpos.

E outro para checar IgG, IgM.

A saída como já foi uma vez, na dependência do nível de anticorpos neutralizantes.

Nos tornamos pacientes de manicômio que depois de décadas, recebem alta mas recusam viver no outro asilo igualmente louco.

A vida nova, os planos, a retomada das amizades, o convívio familiar, tudo ficando para depois.

A gaiola continua de portas abertas mas o voo da liberdade não decola.

E se for melhor do jeito que está?

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