2 de maio de 2024
Meio Ambiente

ASSUNTO INFLAMÁVEL

Lonjuras florestais (1884) – Ivan Chíchkin – Galeria Tretiakov, Moscou, Federação Russa


Mudanças climáticas e avanços da ganância têm provocado queimadas e incêndios florestais, que nos meses secos, ocupam o noticiário.

No país do boi bombeiro e recordes continuados de desmatamento, o novo governo já não procura um culpado pela destruição.

Na Califórnia, estado governado por  democrata, politicamente irretocável e correto, as chamas voltam todos os anos, destruindo árvores, cidades e vilas.

Lá, do outro lado do continente, na beira do Pacífico, há quem pense diferente e procure resolver o problema ecológico sem maldizer a pecuária bovina.

Todo ano a costa oeste norte-americana arde em chamas.  A convivência com a previsível, periódica e inevitável tragédia e a alternância do poder, livram democratas, republicanos e isentões,  de responsabilidades e culpas.

As discussões acaloradas, cheias de dedos indicadores, sobre as queimadas nas franjas da floresta, na chamada amazônia legal, estão perdendo espaços na mídia acostumada com a queima de verbas publicitárias.

O que acontece no norte pode muito bem já ter ocorrido ao bioma da caatinga nordestina.

Estudiosos das mudanças climáticas agora defendem a tese que as pastagens são menos vulneráveis na fixação do carbono que as árvores que substituíram.

Já há quem defenda que as gramíneas devem ter mais oportunidades no mercado de crédito de carbono a longo prazo.

Acreditava-se que as florestas consumiam cerca de um quarto de todo carbono produzido pela poluição ambiental no mundo todo.

Um estudo da Universidade da Califórnia em Davis, descobriu que pastagens são sumidouros de carbono mais resistentes do que florestas, na Califórnia do século XXI.

O estudo indica que até 2030 haverá uma redução  das emissões de gases de efeito estufa naquele estado. 40% abaixo dos níveis de 1990.

As descobertas, publicadas na revista Environmental Research Letters, têm importância particular para as regiões semi-áridas, que cobrem cerca de 40% do planeta.

As pastagens armazenam mais carbono do que florestas, porque são menos afetadas pelas secas e incêndios florestais.

Os benefícios ainda podem ser multiplicados com  uma boa gestão da terra, ajudando a melhorar a saúde do solo e a aumentar os estoques de carbono nas pastagens.

Ao contrário das florestas, os prados sequestram a maior parte de seu carbono no subsolo, enquanto as florestas o mantém  principalmente em biomassa e folhas.

Quando os incêndios florestais fazem as árvores arderem em chamas, o carbono queimado é devolvido à atmosfera.

Quando o fogo queima pradarias, o carbono fixado no subsolo tende a permanecer nas raízes , tornando-os mais adaptáveis ​​às mudanças climáticas.

Não se pretende justificar a destruição das matas nativas pelo que representam em biodiversidade.

Basta pensar um pouquinho fora da caixa das ideias pré-fabricadas em tamanho único.

Ainda dá tempo de preservar a espécie Bos taurus, agora ameaçada de extinção pelos predadores naturais.

Os temíveis veganos da tribo woke.

Não vai ser o pum da vaquinha mococa  que vai estorricar nosso planeta azul.

Azul planeta.

Vista das proximidades de Dusseldorf (1865) – Ivan Chíchkin – Museu russo, São Petersburgo, Federação Russa

(A publicação de 29/10/2019 foi atualizada)

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