Bolsonaro pede a Fábio Faria reunião com WhatsApp, mas megagrupos vão continuar suspensos
Representantes do WhatsApp se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, 27, e afirmaram que o recurso Comunidades só será lançado no Brasil depois das eleições de outubro.
O encontro no Palácio do Planalto, que não constava na agenda oficial, ocorreu a pedido do presidente, que vinha cobrando publicamente o WhatsApp sobre o adiamento da funcionalidade que permite disparar mensagens para milhares de destinatários de uma só vez.
A decisão da empresa é um revés para Bolsonaro que conta com a ferramenta para difusão de noticias em ano eleitoral.
No encontro, o representante do WhatsApp esclareceu que a medida adotada pela rede social de só ativar as Comunidades no Brasil após as eleições não está vinculada a um acordo com o Tribunal Superior Eleitoral(TSE).
Participaram da reunião com o presidente o head do WhatsApp no Brasil, Guilherme Horn, e o ministro das Comunicações, Fábio Faria.
“A implementação da funcionalidade no Brasil ocorrerá somente após o período eleitoral. É importante ressaltar que a decisão sobre a data de lançamento deste recurso no Brasil foi tomada exclusivamente pela empresa, tendo em vista a confiabilidade do funcionamento do recurso e sua estratégia de negócios de longo prazo.
Essa decisão não foi tomada a pedido nem por acordo com o Tribunal Superior Eleitoral”, reforçou o WhatsApp em nota divulgada após o encontro.
As principais plataformas fecharam acordo com a Justiça Eleitoral para adotar medidas contra a disseminação de fake news nas eleições 2022.
FÁBIO FARIA DIZ QUE BOLSONARO ENTENDEU PORQUE FOI DECISÃO DE MERCADO E NÃO DO TSE
Em entrevista coletiva após a reunião, Fábio Faria disse que Bolsonaro “entendeu completamente” os esclarecimentos do WhatsApp.
“Sendo decisão da empresa, é do mercado, então não tem por que nem como o Executivo interferir”, afirmou o ministro. “A reação do presidente foi porque ele achava que tinha acordo, mas acordo não existiu. Para o presidente, a situação está completamente saneada.”
Faria ainda disse que o presidente, que enfrenta uma crise com o Judiciário, quer as plataformas funcionando “sem interferência dos Poderes”.
“O presidente quer que plataformas funcionem para todos os partidos e candidatos nas eleições”, afirmou o ministro das Comunicações.
TL COMENTA
O ministro Fábio Faria segue na linha do “armistício” com os demais Poderes.
Ele não entrou na polêmica do Indulto dado por Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira e agora, mais uma vez, tenta colocar panos quentes em qualquer possibilidade de novo atrito.
Fato é que não vai rolar grupão de zap antes das eleições. Seja por decisão do mercado ou por pedido do TSE.
Com informações da Agência Estado