Cabe show de Axé e Sertanejo no São João do Nordeste?
A discussão tem sido frequente nas redes sociais com divisões entre puristas da Cultura e realistas do que o público quer ouvir.
Debate que também repercutiu num dos programas da TV fechada com maior audiência, o Saia Justa da GNT.
Astrid Fontenelle, Gabriela Prioli, Larissa Luz e Bela Gil abordaram as tradições de São João e das festas juninas pelas diversas regiões do Brasil.
“Vou pra São João pra dançar um forró, comer o amendoim cozido, cheguei lá, era uma festa de axé. Não, não dá. Eu acho que não dá pelo Brasil, não pelo meu gosto. É uma festa de São João!”, começou Astrid.
“Não dá pra você. Parte de um juízo subjetivo seu. O que você estava esperando era chegar lá e encontrar outra coisa. O que talvez as pessoas estivessem esperando era justamente o que foi oferecido. Acho muito legal a frase: ‘O povo sabe o que quer, mas o povo também quer o que não sabe’.
“A gente talvez tenha um marco temporal pelos livros de História, mas, pra mim, tradição não é só o livro de História, tradição é prática, o que ele se tornou quando chegou aqui no Brasil”, comentou Astrid, e em sequência recebeu o seguinte comentário da colega. “Você diz: ‘Pra mim é’. A morte do meu mundo não é a morte do mundo, o fim do meu mundo, não é o fim do mundo”.
O POVO SABE O QUE QUER, MAS O POVO TAMBÉM QUER O QUE NÃO SABE
A frase é de Gilberto Gil e foi citado por sua filha Bela como uma necessidade de equilíbrio entre o que preserva a Cultura nordestina e o modismo que lota show no momento.
NO RN AXÉ E SERTANEJO FOI SUCESSO DE PÚBLICO
E se é para responder com fatos, o público potiguar teve um final de semana repleto de grandes estrelas na capital potiguar, Mossoró e Assu.
Leo Santana com público de mais de 80 mil pessoas na Arena das Dunas na ultima quinta-feira, 22. Já a dupla Zezé de Camargo e Luciano repetiu o sucesso com o estilo sertanejo romântico em plena noite de São João.
O Mossoró Cidade Junina teve como a maior atração do final de semana a baiana Claudinha Leite que ficou emocianada com a “energia” da capital do Oeste. Mas parecia um dia de Carnaval em salvador.
Eis a questão. O São João se rendeu, se modernizou ou se descaracterizou? Sabe o que quer ou quer o que não sabe?