CALADO, É UM PRESIDENTE
Desde a posse, é a maior transformação observada na forma como se comunica, o capitão-presidente.
Nem quando esteve hospitalizado, impedido de falar, pela sonda nasogástrica.
A visita do Zero3 de cartucheira à mostra, falou alto e causou outra polêmica.
Depois de todo esforço para ser cobaia no estudo triplo-cego para provar que a doença que parou o mundo, era só um resfriadinho, finalmente encontrou o tom adequado para se relacionar com a imprensa e pastoradores das entradas e saídas do palácio.
Em boca fechada não entra mosca.
Nem sai….
(Publicação original em 08/08/2019)
SAUDAÇÕES PRESIDENCIAISTrabalhadores do Brasil. Todos e todas.
Brasileiros e brasileiras.
Senhoras e senhores.
A Voz do Brasil tem sido o canal de aproximação do primeiro mandatário com o país-continente. Desde 1935.
No rádio, depois na TV, a saudação inicial estabelece a empatia. Mais fácil para os receptores identificarem de quem parte a mensagem que precisa ser entendida e bem recebida.
B com A, bê-a-bá.
Respeitável púbico!
Minhas colegas de trabalho.
É preciso. Respeito. Você e eu gostamos.
O capitão-presidente conseguiu criar marca própria na comunicação. Acima de tudo e de todos, chula e caótica.
Qualquer freud pode explicar. Ao demonstrar aversão pela imprensa, a informação no sentido mais alargado, não tem como ser eficaz.
Sem saber onde o líder quer chegar, outros práticos serão guias pelos perigosos canais da navegação.
Qualquer botafogo vira timoneiro.
Quem dera, fosse só mesmo uma Elizabeth II.
Con o sin capitán, la nave va.
Alcançou êxito com lives domésticas nas redes sociais. Perfeitas para passar a ideia de candidato de parcos recursos. Funcionou. Acrescida da comoção pela recuperação da saúde. Do calor da refrega eleitoral. E do voto contra o partidão-mensalão-petrolão.
Ultimamente tem apresentado sinais da síndrome do doutor zé guará (com licença dos descendentes). Microfones brotam no seu caminho. Nada a não declarar, mesmo em assuntos dos quais, admite, não tem conhecimento rudimentar.
Imaginando-se urologista, mete o bedelho. Vai fundo. No primeiro orifício à esquerda.
Ouve o galo cantar sem saber para qual terreiro recém-desmatado o INPE apontou. E o resto do galinheiro, as raposas, a bolsa de valores e os investidores internacionais, assustados.
Sem falar nas traquinagens dos primeiros garotos, comunicólogos sem limites.
Não crê ser possível aprender com os inimigos, manter a autenticidade, assobiar e chupar cana.
Sin perder la ternura, jamás.
Que continue a falar de namoro, noivado, divórcio, casamento ou outra parva analogia ao gosto (discutível) mas que seja, pelo menos, introduzido por cumprimento mais urbano, adequado, cordial, civilizado. E republicano.
Convenhamos,
Porra é foda.